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A pedido do TCE-MS, Agetran passará o pente-fino no Consórcio Guaicurus

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Agência implantou um plano de auditoria técnico-operacional para analisar como tem funcionado o transporte coletivo

A Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) fará um pente-fino no transporte coletivo de Campo Grande. A auditoria deverá ser realizada mensalmente com base nos dados operacionais do sistema e visa atender ao termo de ajustamento de gestão (TAG) assinado com o Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS).

O pente-fino do transporte coletivo foi anunciado após série de matérias do Correio do Estado apontar problemas no transporte coletivo de Campo Grande.

De acordo com publicação no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande) de ontem, o plano de auditoria técnico-operacional pretende avaliar diversos pontos da concessão do transporte, como qualidade dos ônibus do Consórcio Guaicurus, lotação, entre outros.

“O propósito deste monitoramento mensal é duplo. Primeiramente, permite a identificação rápida de índices que não alcançaram o desempenho esperado, sinalizando a necessidade de uma investigação mais aprofundada para entender as causas subjacentes e implementar as correções necessárias”, cita trecho da publicação. 

“Em segundo lugar, mesmo para índices que apresentam um desempenho satisfatório, o monitoramento contínuo possibilita a identificação de oportunidades para refinamentos adicionais, buscando não apenas a conformidade com os padrões estabelecidos, mas a excelência operacional”, completa.

Nessas auditorias mensais, os integrantes da farão o pente-fino terão alguns índices operacionais que deverão ser avaliados para determinar a “qualidade e eficiência do serviço de transporte público coletivo”.
Os pontos a serem avaliados são: índice de ocupação; acessibilidade; cobertura do sistema; cumprimento do quadro de horários; cumprimento de viagens; eficiência operacional; cortesia na prestação; qualidade da frota; e manutenção da frota.

A implementação do plano visa a melhoria do transporte coletivo na Capital, além de assegurar o cumprimento das disposições contratuais e regulatórias dispostas no contrato assinado com o Consórcio Guaicurus em outubro de 2012 e que tem vigência de 20 anos, podendo ser renovado por mais 10 anos.

Entre os pontos principais da auditoria está a avaliação da ocupação dos carros. Conforme o documento, a ideia é “garantir que a capacidade de transporte esteja alinhada com a demanda dos usuários e assegurar um nível adequado de conforto durante as viagens”.

A apresentação de relatórios parciais sobre o tema deverá ser feita bimestralmente, até o 10º dia útil do mês subsequente.

TAG

O termo de ajustamento de gestão foi assinado por Prefeitura de Campo Grande e Consórcio Guaicurus em novembro de 2020. O documento tem como finalidade alinhar pontos entre concessionária e poder concedente para melhorar o transporte coletivo na Capital.

O documento também foi assinado pela Agetran e a Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), autarquias que lidam diretamente com assuntos do Consórcio Guaicurus, como gratuidades e contrato.

DENÚNCIAS

Desde a semana passada, o Correio do Estado tem mostrado a situação caótica em que vive o sistema público de transporte na Capital.

Matéria publicada na semana passada mostrou que, segundo dados repassados pela Agereg ao Correio do Estado, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), o número de viagens gratuitas no transporte coletivo da Capital teria quase que duplicado um ano após o início da concessão dos subsídios.

Conforme os dados da Agereg, em 2022, foram registradas 4.766.650 viagens gratuitas no transporte coletivo de Campo Grande, enquanto no ano passado esse benefício foi concedido em 8.942.414 viagens, um aumento de 87,6%.

Entretanto, dados obtidos pela reportagem, também por meio da LAI, com a Agetran mostram números diferentes.

Na planilha enviada pela Agetran, que é responsável pelo cadastro dos beneficiários para receber o passe livre, em 2022, foram registradas 3.613.824 viagens gratuitas com o passe do estudante (da Rede Municipal de Ensino, da Rede Estadual de Ensino, das escolas particulares e das universidades) e 4.143.041 viagens gratuitas de idosos e pessoas com deficiência (PCDs). Com isso, o total de gratuidades concedidas no período foi de 7.756.865.

Já no ano passado, a autarquia registrou um aumento relativamente normal, de 14,7%, com 4.215.328 viagens com o passe do estudante e 4.684.118 de viagens de idosos e PCDs, o totalizando 8.899.446 passagens gratuitas.

O suposto aumento nas gratuidades apontado pela Agereg fez com que o TCE-MS ligasse o alerta. Conforme informações do Correio do Estado, a Corte de Contas pedirá explicações sobre a alta à autarquia.

Via Correio do Estado MS

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