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Trabalho de detentas contribui para a autoestima de mulheres que lutam contra o câncer

Redação

[Via Notícias MS]

Emoção e solidariedade marcaram a entrega de perucas confeccionadas por detentas do Estabelecimento Penal Feminino de Dourados (EPFRSAA-D), nesta quarta-feira (13.12), a mulheres atendidas pela Rede Feminina de Combate ao Câncer, representando uma verdadeira celebração à vida e ao amor ao próximo.

Um dos desafios para as pacientes com câncer é a queda do cabelo devido aos efeitos do tratamento. A auxiliar de produção, Sidineia Silva, sabe bem o que é isso e encontrou no projeto realizado pelo presídio uma oportunidade para se sentir mais confiante e bonita; ela foi uma das contempladas com as perucas. “Com esse presente, a expectativa pela melhora se renova”, disse, com lágrimas nos olhos.

Participantes da cerimônia de doação da Ação Rapunzel – Cabelos ao Vento.

A cerimônia de doação da Ação Rapunzel – Cabelos ao Vento contou com a participação de autoridades, representantes de associações douradenses de apoio a pacientes com a doença, servidores penitenciários, entre outros colaboradores prestigiaram que contribuirão para a autoestima de mulheres que enfrentam a queda de cabelos por questões de saúde.

No total, 30 perucas foram entregues e outras 20 estão sendo confeccionadas para o início do ano que vem. As produções partiram da ideia de duas servidoras da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Denise Gomes da Silva Potrich e Evelym Ellem Pereira Tiburcio, com a contribuição do agente penitenciário, Pedro Roberto Martins Antiqueira Cassol, para a arrecadação de cabelos. O Poder Judiciário também abraçou a iniciativa e doou os maquinários e insumos necessários.

“Não temos nem prisão perpétua nem pena de morte no Brasil, e quando nos encontramos com um projeto desse, onde as internas estão envolvidas no preparo de perucas para atender a dor de quem sofre com a doença é fantástico, além de trazer à sociedade novamente a reflexão sobre ressocialização dos detentos”, destacou a diretora do presídio, Luzia Ferreira.

Conforme a dirigente, o projeto também é resultado de um empenho conjunto da equipe de servidores, exigindo, muitas vezes, trabalho além do expediente para atender a entrega.

Importante colaborador do projeto, o juiz da Execução Penal em Dourados, César de Souza Lima, falou da importância da ação, que une mulheres em situação de vulnerabilidade. “Contribui para reinserção social de quem está cumprindo pena e proporciona maior autoestima para quem enfrenta a doença”, declarou, elogiando também as demais ações de reinserção realizadas no estabelecimento prisional.

Presente no evento, o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa, ressaltou que o projeto representa “mudanças de paradigmas”, já que utiliza positivamente a força de trabalho de quem algum dia cometeu um fato ilícito, devolvendo para a sociedade um ato positivo. “É o que preconiza a Lei de Execução Penal, que é a pena ressocializadora, a pena recuperadora”, declarou.

Para o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, a ação é muito positiva e de benefício mútuo, pois contribui diretamente com a sociedade e, ao mesmo tempo, leva ocupação produtiva e ajuda a capacitar profissionalmente as custodiadas, nelas incutindo também novos valores psicológicos e humanos.

Artesanatos expostos no Espaço Renascer.

Também participaram da solenidade o juiz da Execução Penal em Dourados, César de Souza Lima; o promotor de Justiça, Juliano Albuquerque, o secretário Municipal de Desenvolvimento de Dourados, Landimark Ferreira Rios; o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Valdir Acosta; o delegado Regional da Polícia Civil, Lupércio Degerone; o vereador, Pedro Pêpa, entre outros.

Espaço Renascer

O público pode ter acesso às verduras orgânicas e plantas medicinais que são cultivadas pelas reeducandas.

As autoridades aproveitaram a oportunidade para visitar o Espaço Renascer, que existe na unidade prisional, destinado à venda de artesanatos diversos, verduras orgânicas e plantas medicinais que são cultivadas pelas reeducandas dentro dos muros do presídio.

O local está aberto ao público de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h, e não tem acesso à área de segurança do estabelecimento penal. Da loja onde estão sendo vendidos os produtos, é possível ver a horta orgânica, através de um vidro instalado na divisória.

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