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Meio Ambiente

Só uma em cada cinco árvores plantadas cresce em Campo Grande

Redação

[Via Correio do Estado]

Somente uma em cada cinco árvores plantadas pela Prefeitura na ruas de Campo Grande chegam à vída adulta.

A média traz uma triste constatação da dificuldade que a atual gestão Marcos Trad (PSD) tem para acabar com um dos problemas crônicos para a sustentabilidade do município, o plantio de árvores.

O último levantamento exato do tipo feito pelo Poder Municipal é de 2010. Na ocasião, foram descobertos que existiam em Campo Grande cerca de 153 mil árvores vivas. Hoje, o número chegou a quase 229 mil de 161 espécies diferentes, sendo 92 delas nativas do bioma local

Mas estudos produzidos pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur) apontaram que ainda se precisava do plantio de 44 mil mudas para que a Capital não enfrentasse problemas ambientais, como a poluição do ar e o aumento gradual de temperatura.

Um plano foi colocado em prática e anualmente, desde então, quatro prefeitos depois, a Prefeitura mantém o plantio anual de 15 mil árvores. Mas é aí que entra o segundo problema crônico: o vandalismo.

Do total de mudas plantadas, apenas 3 mil delas crescem. Segundo a Prefeitura, a maioria acaba arrancada ou quebrada pela própria população.

"Em comparação ao levantamento de 2010, houve melhoria, mas o efeito é a longo prazo. Quando se planta uma árvore, somente daqui 10 ou 15 anos é que você terá ela adulta. A ação é lenta, demorada, de longo prazo, cujos reflexos não se observam do dia para a noite", disse a superintendente de Fiscalização e Gestão Ambiental da Semadur, Gisseli Giraldelli.

A ação predatória dos vândalos se torna intensificada, segundo os dados da Prefeitura, em 54% dos bairros.

A lógica dos problemas é a mesma de outros fatores urbanísticos habituais: quanto mais periférico o bairro, menos árvores plantadas.

Em seu levantamento de 2010, a Semadur indicou que o pior índice é o do Portal Caiobá, na região sul, com média uma árvore plantada para cada dez habitantes. Jardim Panamá (região oeste), Lageado (região sul), Tiradentes (região leste) e José Abrão (região norte) são outros distritos que apresentavam déficit considerável no plantio de árvores.

MUDANÇA

Apesar da fama de "capital com cara de interior" e ter árvores à exaustão, Campo Grande viu gradativamente seu posto de cidade arborizada ir se perdendo.

Em 1990, por exemplo, a cidade era a terceira mais arborizada do Brasil segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Exatos 20 anos depois, a mesma pesquisa da autarquia federal não coloca a Capital nem entre as dez primeiras. Com uma árvore para cada cinco habitantes, Campo Grande fica atrás, por exemplo, de cidades poluídas, como São Paulo e Guarulhos.

Uma das medidas da atual gestão para ajudar na reversão do quadro foi feita no útlimo sábado (21), quando se comemorou o Dia da Árvore, e na manhã de hoje, quando houve a distribuição de mudas de árvores frutíferas na Avenida Afonso Pena, na região central.

"Aqui notamos que as pessoas preservam, têm carinho pelas árvores. O campo-grandense tem o hábito de usufruir das sombras e frutas que as árvores oferecem e também quando notam algo de irregular nos denunciam. Além de que a preservação da arborização urbana só traz benefícios para todos como conforto térmico, diminuição da poluição, beleza entre outros", disse o secretário municipal, Luis Eduardo Costa.

De acordo com os Artigos 16, 19 e 21 da Lei Complementar nº 184, que dispõe sobre o Plano Diretor de Arborização Urbana, as multas para os casos de podas e remoções irregulares variam entre R$ 468,14 à R$ 16.229,32 de acordo com a autuação.

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