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Restos humanos em lixo da Santa Casa viram banquete para cachorros

Redação

[Via Correio do Estado]

ACONTECEU EM 1975…

“Prepare o seu coração, para as coisas que eu vou contar…”

A histórica música de Jair Rodrigues, ‘Disparada’, a mais tocada naquele ano de meio de década nos 1970, poderia ser usada com perfeição no tema da nossa coluna desta semana, queridos leitores. Aliás não apenas o coração, mas também o estômago, o pulmão, a placenta e outros órgãos humanos…

Em 8 de dezembro de 1975, o Correio do Estado destacava em sua capa, com uma chamativa foto a notícia que abalou Campo Grande naquele dia: grande número de cachoros eram atraídos aos fundos da Santa Casapor uma razão até certo ponto mórbida. Os restos humanos descartados irregularmente pelo hospital no lixão formado aos fundos do local.

A reportagem tinha outro viés: o grande número de crianças que moravam na vizinhança do até hoje principal hospital da cidade em busca de frascos, serimgas (na época não descartáveis) e vidros de soro para brincarem de médicos.

O problema mais lógico que isso acarreta era evidente, segundo o texto: contato direto com curativos usados, gazes cheia de sangue e todo tipo de problemas que o contato com material infectado por enfermos poderia causar.

Mas havia uma surpresinha, digamos, apavorante: os restos humanos. Orgãos espalhados, podres. E que cujo cheiro atraía os cachorros abandonados.

Garotos que jogavam futebol em um campo nas cercanias da Santa Casa contaram, rindo, que era normal ver os cães carregando vísceras para um lanchinho.

Secretário municipal da saúde lamentou ocorrido e prometeu providências: incinerador só seria consertado no ano seguinte, contudo...

CALAMIDADE

Calma leitores, antes que esse escriba lhe cause repulsa e já me desculpando pelas imagens fortes, vamos explicar os fatos.

Segundo o que o Correio apurou na ocasião, a história se tratava de uma briga entre a então administração da Santa Casa e a prefeitura, então sob a gestão de Levy Dias.

O lixo hospitalar deveria na verdade ser incinerado. Mas segundo consta, o equipamento da unidadse hospitalar estava quebrado. "É mais cômodo jogar os detritos e esperar a vinda do caminhão de limpeza, que nem sempre retira o material no mesmo dia, dando a um mau cheiro incrível", relata o texto.

Diretor da Santa Casa desmentiu a reportagem. O Correio reagiu: voltou à tona com fotos ainda mais explícitas do flagrante da reportagem

O problema é que o fedor, as moscas e outros insetos atraídos pela situação espantava também os lixeiros, "cansados de ver tanta porcaria", segundo o relato de um deles.

Até semana que vem pessoal...

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