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Regiões mais perigosas da Capital são Segredo e Anhanduizinho

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Somadas, as duas áreas representam 57% dos assassinatos que ocorreram em Campo Grande durante este ano

As regiões urbanas do Anhanduizinho e do Segredo, em Campo Grande, são as mais violentas da cidade. Isso porque, de acordo com levantamento feito pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), a pedido do Correio do Estado, juntas, as duas áreas foram responsáveis por 57% de todos os homicídios dolosos registrados neste ano na Capital.

Ao todo, conforme o levantamento da Sejusp, foram contabilizados 47 assassinatos na Capital, dos quais 27 foram nessas duas regiões.

Conforme o levantamento, de janeiro a junho deste ano, foram registrados 18 assassinatos nos bairros da região Anhanduizinho. O território é o que acumula o maior número de registros deste tipo em Campo Grande.

No ano passado, no mesmo local, foram registrados 11 homicídios dolosos. No comparativo com este ano, houve um aumento de 63,6% em 2022 nesses crimes.

A região urbana do Anhanduizinho engloba bairros como o Jockey Club, Aero Rancho, Los Angeles, Guanandi, Jacy, Dom Antônio Barbosa e Nhá-Nhá, por exemplo.

A região, inclusive, foi palco de alguns dos últimos assassinatos registrados em Campo Grande. Em um intervalo de aproximadamente 17 horas, duas pessoas foram executadas na região.

Na manhã do dia 6 de junho, Rafael Costa Soares Silveira, 21 anos, foi morto com três tiros, um nas costas, um no braço direito e outro nas nádegas. O crime ocorreu na Rua Sol Nascente, no Bairro Jockey Club.

De acordo com registro policial, testemunhas ouviram disparos e, em seguida, uma moto teria saído do local do crime, que foi registrado na Delegacia de Pronto de Atendimento Comunitário (Depac) Cepol.

Ainda conforme a polícia, na área não havia vestígios e no momento do fato havia grande aglomeração de pessoas próximo ao local do crime.

Esse assassinato foi registrado às 5h45min, e o rapaz morreu por volta de 7h do mesmo dia, na Santa Casa de Campo Grande.

Cerca de 17 horas depois, outro assassinato, outro crime semelhante foi registrado na região. Pedro Henrique Ferreira da Silva, 20 anos, foi executado a tiros.

Dois homens em uma motocicleta encontraram o rapaz, o passageiro efetuou os disparos com duas pistolas. No local, foram encontrados dois estojos de arma calibre 380 e dois projéteis. O crime foi registrado na 5ª Delegacia de Polícia de Campo Grande.

Dez dias antes, outro crime chocou os moradores do Jockey Club. Luiz Alberto da Conceição, dono de um lava a jato localizado na Avenida das Bandeiras, foi executado a tiros.

Durante o crime, uma bala perdida atingiu e matou o eletricista Adriano Medeiros Pereira, que seguia pela avenida em uma moto, em direção ao trabalho.

Um vídeo de câmera de monitoramento da região mostra que um homem armado chegou ao lava a jato e efetuou disparos contra Luiz Alberto.

A vítima tentou fugir, correndo para a avenida, mas foi perseguida pelo criminoso, que continuou atirando pelas costas do empresário.

O homem foi atingido por dois tiros nas costas e caiu. O assassino se aproximou e disparou outras vezes na cabeça da vítima, na frente de funcionários e pessoas que passavam pela avenida.

Segundo a polícia, a motivação deste crime seria passional, já que Conceição teria um caso com a ex-mulher do autor dos disparos, uma funcionária do local. A polícia procura o responsável pelo crime.

MEDO

Os moradores da região urbana do Anhanduizinho relatam medo, principalmente em relação ao aumento de usuários de drogas na região.

“Quem aciona o 190 sabe. A polícia passa por aqui, mas não prende ninguém, pode até resolver na hora, afastando os drogados para longe, mas logo depois eles voltam”, declarou um comerciante da região que não quis se identificar.

Outro morador, que também não quis ter o nome divulgado, declarou que há pontos de venda de drogas na região, o que atrai os consumidores.

“Os usuários de droga permanecem aqui porque o ponto de venda de droga no bairro ficou conhecido entre eles, já presenciei, do lado de casa, pessoas de outros bairros vindo de carro para comprar ou vender. Há grupos sociais que dão comida para esses moradores de rua também, todas as noites, eles ainda recebem essas marmitas e ficam vagando na região”, disse.

SEGREDO E OUTRAS

Englobando bairros como Vila Nasser, Nova Lima, Seminário, Anache, Coronel Antonino, Monte Castelo e Vida Nova, a região do Segredo contabilizou nove casos de assassinatos este ano, um crescimento de 80% em relação ao ano passado, quando foram cinco mortes.

Outra região em que houve crescimento no número de homicídios dolosos foi a Imbirussu. O local passou de quatro casos registrados em 2021 para seis neste ano, no mesmo período, uma alta de 50%.

Já nas regiões do Lagoa e Prosa, houve redução de 50% nesse tipo de crime em Campo Grande. E no Centro e no Bandeira não houve mudança entre o número de 2021 e o deste ano. Em ambos os locais, foram contabilizados três casos em cada ano.

Via Correio do Estado MS

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