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Ponta Porã apresenta o menor número de assassinatos de janeiro a julho em 10 anos

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Secretário de Segurança de MS atribui resultado a reforço no policiamento no lado brasileiro da fronteira com o Paraguai

Principal município de Mato Grosso do Sul na fronteira do Brasil com o Paraguai, Ponta Porã teve uma redução drástica nos números de homicídios dolosos nos primeiros sete meses deste ano, em relação ao mesmo período de 2021. Os casos caíram 57,69%, passando de 26 no ano passado para 11 neste ano, número que é o menor em 10 anos.

Porta de entrada para carregamentos de drogas por ser cidade gêmea de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, Ponta Porã conseguiu, pelo menos de acordo com os dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), uma redução nos assassinatos.

Estes tiveram seu pico, na série histórica da Sejusp, em 2016, quando 40 pessoas foram mortas no município.

Nesses 10 anos, até então o menor número desse tipo de crime havia sido registrado em 2013, quando 17 pessoas foram assassinadas em Ponta Porã.

Segundo o titular da Sejusp, Antônio Carlos Videira, essa redução pode ser, pelo menos em parte, atribuída a uma intensificação da força policial na região de fronteira, por meio de operações criadas pelo governo federal para essas áreas.

Videira destaca o aumento do efetivo resultante da Operação Hórus, ação realizada constantemente na faixa de fronteira no âmbito do Programa Nacional de Segurança nas Fronteiras e Divisas, com a coordenação da Secretaria de Operações Integradas (Seopi/MJSP), e a Operação Ágata.

Nessas duas operações, são empregados agentes da Força Nacional de Segurança Pública, da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Civil, da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros Militar, do Instituto Nacional do Meio Ambiente (Ibama), da Receita Federal, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), do Exército Brasileiro, da Marinha do Brasil e da Força Aérea Brasileira.

“A gente tem a Operação Hórus, que trouxe um reforço para a segurança na região de fronteira, temos a Operação Ágata, a Operação Fronteira Segura. E toda essa presença maior dos agentes de segurança, principalmente em Ponta Porã, tem contribuído para que o município tenha índices até menores que de outras cidades que não estão na faixa de fronteira”, declarou o secretário.

Em uma procura rápida pelos dados da Sejusp, foi possível perceber que em Sidrolândia, por exemplo, município com menos habitantes do que Ponta Porã (60.792 contra 95.320), houve um concentrado maior de homicídios dolosos este ano.

Na cidade de fronteira, foram 11 mortes, já no outro município do interior, chegaram a 13 nos primeiros sete meses deste ano.

“Os números de Ponta Porã não fogem do resto do Estado. Há bastante atuação nessa região, e todas essas ações têm contido os números do município”, completou o secretário.

Do outro lado

Apesar da redução em Ponta Porã, há de se lembrar que o município faz fronteira seca com Pedro Juan Caballero, onde a criminalidade não recuou, pelo contrário: em maio, pistoleiros executaram o prefeito da cidade, José Carlos Acevedo, em frente à prefeitura. São constantes os relatos de crimes semelhantes a esse do lado paraguaio da linha internacional.

Na tarde de domingo, inclusive, 35 internos da Penitenciária Regional Misiones, em San Juan Bautista, cidade do Paraguai próximo à fronteira com a Argentina e o Paraná, fugiram.

Segundo autoridades locais, eles eram do pavilhão onde estavam concentrados membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que tem grande atuação na fronteira de Mato Grosso do Sul.

Até a tarde de ontem, 21 deles já haviam sido encontrados e presos novamente, mas, mesmo assim, o governo do Estado determinou que fosse reforçada a fiscalização na região, para evitar que esses bandidos adentrassem o Brasil por Mato Grosso do Sul.

“Aumentamos o efetivo naquela região. Deslocamos algumas equipes da faixa de fronteira para esses locais de fácil acesso, até como forma de colaborar com a polícia paraguaia na busca por esses bandidos”, afirmou o secretário Antônio Carlos Videira.

Faixa de fronteira

Em outro recorte, usando toda a faixa de fronteira de Mato Grosso do Sul, que engloba a linha internacional do Paraguai e da Bolívia, os outros municípios dessa região colaboraram para que houvesse uma pequena alta neste ano, em relação aos dois anos anteriores.

Enquanto a somatória dos homicídios dolosos em todos os municípios fronteiriços chegou a 131 em 2020 e a 128 em 2021, este ano houve 134 assassinatos na região de janeiro a julho, conforme dados da Sejusp.

Apesar de representar um leve aumento, esse ainda é um dos menores patamares da série história desse crime na linha internacional.

O menor foi justamente em 2021, com 128 homicídios. Antes disso, o de 2013 era o menor, com 153 mortes. O ano de 2015, com 184 assassinatos, representa o maior índice da série histórica.

Via Correio do Estado MS

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