Voz do MS

Justiça

Pela segunda vez, PRF volta a ser julgado em Campo Grande

Redação

[Via Correio do Estado]

De volta ao tribunal pela segunda vez, o policial rodoviário federal Ricardo Su Moon passa por novo julgamento nesta quinta-feira (30), em Campo Grande. Ele é acusado de matar a tiros o empresário Adriano Correia do Nascimento em dezembro de 2016. O réu passou por um primeiro julgamento em abril que precisou ser adiado após um dos sete jurados passar mal.

Como haverá um novo julgamento, todo procedimento terá que ser refeito, com novos jurados e depoimentos, tanto das testemunhas, quanto do acusado. Vão prestar depoimento as testemunhas Agnaldo Spinosa da Silva e Vinicius Ortiz, que estavam com Adriano no dia do crime e o próprio Moon. Compõem o júri popular, cinco homens e duas mulheres.

Com o tribunal lotado, amigos e familiares de Adriano marcaram presença neste segundo julgamento. Bastante emocionada e com poucas palavras, a mãe de Adriano, Marília Corrêa do Nascimento, disse que só quer justiça. “Não desejo para ninguém o que eu estou passando e a família toda, os irmãos, o que queremos é apenas justiça”, disse.

Advogado da família e assistente de acusação, Irajá Pereira Messias, disse que a expectativa é apenas uma, pela justiça. “É lógico que a assistência de acusação da promotoria torce pela condenação e a defesa pela absolvição, a expectativa é que os trabalhos corram normalmente e que não ocorra incidentes. Hoje uma campanha muito intensa é feita por parte da defesa, em difamar a vítima, picuinha daqui, picuinha dali começa agigantar o problema, coisas que na minha visão são absurdas, agora a influência que isso teria, acredito que cada jurado vai ter um pensamento diferente, acredito que nao vai ter influência negativa”, disse.

Policiais rodoviários federais, dessa vez não uniformizados, também marcaram presença no julgamento.

O advogado do acusado, Rene Siufi, apontou confiança no decorrer do julgamento. “As provas do processo conduzem certamente contra a absolvição, não há como fugir disso, agora isso vai depender dos jurados, nós fazemos nosso trabalho, mas vai depender deles, nós temos certeza que eles vão entender as provas do processo e vão votar favoravelmente ao policial rodoviário federal”, disse.

Diretor do sindicato dos policiais rodoviários federais, Wanderley Alves dos Santos, a espera é que a sentença seja a favor de Moon. “Nós acreditamos na isonomia do conselho de sentença e esperamos um desfecho favorável ao colega Ricardo Moon, visto que ele agiu por estrito cumprimento do dever”, contou.

Quem estará responsável por julgar o parecer, será a juíza de Direito da 18ª Vara Cível Denise de Barros Dodero Rodrigues. Ela está substituindo o juiz titular, Carlos Alberto Garcete, que está realizando um pós-doutorado.

O julgamento segue sem previsão de término.

CRIME

De acordo com a denúncia, no dia do crime, o policial da PRF estaria se deslocando para seu trabalho, na região de Corumbá, quando Adriano Correia, proprietário de um restaurante na Capital, estando na avenida em uma Toyota Hilux com outras duas pessoas, teria feito uma conversão à direita, quase colidindo com o veículo de Moon. O policial teria descido do veículo e abordado o empresário e dois acompanhantes já na posse de sua arma, uma pistola, dizendo que era policial.

As vítimas teriam chegado a descer do carro e solicitado que Moon mostrasse sua identificação, visto que ele não estava fardado (somente com uma aparente calça de uniforme). Diante da recusa do policial, teriam retornado ao veículo. Adriano teria ligado a caminhonete, iniciando manobra para desviar do carro do acusado, que estaria impedindo sua passagem.

Quando o empresário iniciou o deslocamento, o policial teria efetuado disparos contra as vítimas. Após os tiros, o veículo de Adriano prosseguiu por alguns metros e chocou-se num poste de iluminação. Ele morreu no local; outro rapaz saltou do carro e teve fraturas; e um terceiro foi atingido por disparos, mas foi socorrido e sobreviveu.

Comentários

Últimas notícias