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Novas ferramentas e interação virtual serão aliadas para a educação no pós-pandemia

Redação

As aulas presenciais nas escolas e universidades foram suspensas desde o início da pandemia de Covid-19.

Enquanto a possibilidade de voltar às salas de aula continua sendo debatida, muitas aulas seguem acontecendo pelos meios virtuais.

Especialistas em Educação acreditam que o ensino em Campo Grande será híbrido, unindo as ferramentas digitais à educação tradicional.

Para a titular da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Elza Fernandes Ortelhado, a educação pós-pandemia se projeta para lidar com um “novo normal” no processo de ensino e aprendizagem. “Isso significa desconstruir este modelo secular e conteudista da escola.

Teremos de reaprender as possibilidades pedagógicas das tecnologias no currículo, a inserção de metodologias ativas, ou seja, repensar a formação continuada de professores e, ainda, buscar a inovação na comunicação com a comunidade escolar”.

O professor doutor em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) Silvino Aréco acredita que o futuro da educação em Campo Grande será um grande desafio.

“Conheço a educação de Campo Grande desde a década de 1970 e, nesse processo histórico, podemos acompanhar que ocorreu um desenvolvimento sempre crescente, fruto do esforço de educadores, alunos, pais e dirigentes. Enfim, a sociedade campo-grandense encontrará um caminho próprio para garantir uma educação pública e de qualidade”.

Para o doutor em Educação e professor do mestrado em Ensino de Ciências e Matemática da Uniderp Antônio Sales, muitas lições ficarão da fase de distanciamento social.

“Descobrimos que o aluno não aprende somente na presença do professor. Que não há uma única forma de avaliar, que as desigualdades sociais são maiores do que aquilo que imaginávamos. Vimos que o uso das ferramentas virtuais para o trabalho do ensino foi primordial e continuará sendo no pós-pandemia”.

Aprendizado

Para a secretária municipal de Educação, nada mais será como antes. Ela acredita que a educação será voltada para o desenvolvimento de uma prática escolar mais autônoma e híbrida, além da realização de ações pedagógicas para minimizar as desigualdades cognitivas entre os alunos.

“Acreditamos que o ensino híbrido ou blended learning, uma das tendências da Educação do século 21, que promove práticas pedagógicas entre o ensino presencial e o ensino on-line, será uma realidade no ambiente educacional. Na Rede Municipal de Ensino [Reme], os canais criados no YouTube, a TV Reme, os aplicativos e os diferentes ambientes virtuais com certeza continuarão fazendo parte do currículo e das práticas docentes", disse Elza.

"Existe o desafio de repensar as políticas educacionais para minimizar as desigualdades cognitivas entre os alunos, além de ações para trabalhar o autoconhecimento, as emoções e a saúde mental dos professores e alunos”, ressaltou.

Essas ferramentas já estavam sendo empregadas anteriormente – a crise apenas potencializou esta utilização.

“As tecnologias de informação e comunicação vão, sim, ser usadas em profusão, melhorando e aperfeiçoando a comunicação entre a comunidade estudantil. Porém, a educação e a aprendizagem têm um aspecto mais profundo, pois, no devir histórico da humanidade, o processo de sociabilização, transmissão cultural e conhecimento sempre se deu pela interação social face a face, muitas vezes mediada por ferramentas, sinais, livros, lousa e, agora, internet. Mas a interação social direta, que se manifesta na presença física em sala de aula, ainda é imprescindível no processo socioeducativo”, afirmou Silvino Aréco.

Tecnologia

O uso das tecnologias, plataformas virtuais e atividades acadêmicas on-line, ou seja, feitas de forma remota, serão recursos usados no pós-pandemia para um aprendizado efetivo, apontam os especialistas.

O doutor em educação Antônio Sales ainda pontua que algumas plataformas interativas foram grandes aliadas da educação.

“O desafio é o professor se assumir presencial e a distância ao mesmo tempo, tendo em vista que alguns alunos estão esperando mais. Querem lives do professor, querem a mediação dele em algum debate on-line”.

Sales ainda reforçou que a adoção de canais virtuais como ferramentas auxiliares pode aproximar professores e alunos.

“Abriu uma nova janela de oportunidade de diálogo com o aluno. Muitos, certamente, continuarão com a prática, combinando horários convenientes para ambos ou dias específicos”, concluiu Sales.

Via Correio do Estado

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