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Investimentos em reforma não influenciarão privatização de aeroporto

Redação

[Via Correio do Estado]

Um total de R$ 40 milhões serão investidos pelo Governo Federal na reforça do Aeroporto de Campo Grande. O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira (11), em cerimônia realizada na Base Aérea, região oeste. Mas, no que depender de representantes da União, o montante investido não influenciará em nada o processo de privatização do local, estimado para 2021.

Conforme o Correio do Estado revelou no domingo (9), o presidnete eleito Jair Bolsonaro (PSL) pretende privatizar os aeroportos brasileiros em blocos durante seu mandato, que inicia em janeiro.

Campo Grande integra um bloco não só com outras cidades do Estado, como Corumbá e Ponta Porã, mas também outros terminais importantes, como Congonhas, em São Paulo (SP).

A equipe de Bolsonaro já têm em mãos o roteiro para levar adiante as concessões de aeroportos. A reportagem ouviu fontes do mercado que tiveram acesso ao projeto, que prevê investimentos de 2,5 bilhões de dólares.

"Não muda nada (a reforça acontecer antes da privatização). O que acontece é que em três ou quatro anos teremos aerportos mais atrativos para aqueles que decidirem assumirem esses locais", disse Carlos Marun, ministro da Secretaria de Governo do presidnete Michel Temer (MDB).

"O importante é atender bem a população, independente se fica com o Governo ou não. A prioridade é investir no que já está determinado", disse Antônio Claret de Oliveira, presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), administradora do aeroporto campo-grandense.

VANTAGEM

De acordo com Marun, a negociação em bloco dos aeroportos para que sejam administrados pela iniciativa privada é a melhor forma de garantir que haja investimentos (e interessados) para os terminais pequenos, como são os casos de Ponta Porã e Corumbá.

"A aviação civil tem muito que crescer em nosso País e não podemos ficar presos à amarras", disse Marun, que vê como vantagem o fato de Mato Grosso do Sul integrar um bloco com São Paulo nas privatizações, pois a expectativa de cresciemjto é ainda maior e locais como Porto Murtinho também podem ganhar terminais. "É uma boa projeção para quem decidir investir neles )os aeroportos do interior)", disse.

Segundo o Valor Econômico, o plano prevê duas rodadas para transferir 44 terminais à iniciativa privada. Os aeroportos devem ser divididos em seis blocos regionais e a primeira rodada de privatização, com três blocos, deve ocorrer em 2020. A segunda, com outros três blocos, onde estão inclusos os terminais do Estado, ocorre em 2021 ou 2022.

Os blocos da segunda rodada são considerados os mais cobiçados pelo mercado. Além do bloco São Paulo - Mato Groso do Sul, composto de quatro aeroportos, também estão o Rio-Minas, com os terminais Santos Dumont, Pampulha, Uberlândia, Uberaba e Montes Claros e o bloco Cluster Norte II, com os terminais de Belém, Altamira, Marabá, Carajás, Santarém e Macapá.

O plano foi formulado pelo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e pela Secretaria de Aviação Civil (SAC) e ainda está em discussão na equipe de transição. Por ser uma mapa inicial das próximas concessões, o projeto ainda pode sofrer mudanças.

Do total de 64 aeroportos brasileiros, apenas dez atualmente são administrados em parceira com a iniciativa privada.

REFORMA EM CAMPO GRANDE

Orçada em R$ 40 milhões, o terminal passará por obras que deverão durar até o primeiro semestre de 2020. Serão ampliadas áreas de embarque e desembarque, além do despacho e recolha de bagagens, entre outras benfeitorias. Ou seja, se o processo planejado pela equipe de Bolsonaro funcionar, o aeroporto sera privatizado menos de nove meses após o término da reforma.

Oliveira disse que as obras em Campo Grande vieram em um pacote aporvado por Temer que inclui Navegantes (RS) e Uberlândia (MG). O recurso é próprio após, segundo ele, a estatal registrar lucro de R$ 505 milhões.

O presidente da Infraero destacou ainda que o atendimento no aeroporto não será afetado durante o tempo de realização das obras.

Presente no encontro desta manhã, o prefeito Marcos Trad (PSD) comemorou o que chama de modernização do espaço por onde circulam 4,5 milhões de pessoas mensalmente. Para ele, a cidade foi exilada do processo de seleção de sedes e locais de treinamento da Copa do Mundo de 2014, disputada no Brasil, por conta de aeroporto e rede hoteleira pequenos.

"Campo Grande, com quase um milhão de habitantes não poderia ficar estagnado no tempo em um meio de transporte que cresceu muito em nosso País", disse. "A primeira coisa que vocês (jornalistas) falam quando viajam coma  família de vocês e chega em uma eroporto grande é 'nossa, que bonito'. Pois agora vai ser isso aqui também."

"As discussões têm de serem feitas. Ha necessidades de se ponderar um lado ou o outro. Pode ser positivo ou vir a fracassar. Se for incluído todos os direitos e deveres com certeza será um avanço para Campo Grande", disse.

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