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Agropecuária

Depois de fechar unidade, JBS afirma que pode comprar gado de criadores

Redação

[Via Correio do Estado]

A JBS divulgou, em comunicado, que não vai deixar de comprar a produção pecuária de produtores da região de Coxim. A empresa encerrou ontem (1º) o funcionamento do frigorífico que mantinha na cidade desde abril de 2012.

O grupo ainda mantém em Mato Grosso do Sul unidades em Cassilândia e duas em Campo Grande, que têm condições de absorverem as 450 cabeças que eram abatidas em Coxim. Há outras plantas no Estado, mas a empresa informou que esses três frigoríficos foram definidos para realizar a compra daquele gado.

O Sindicato Rural do município onde houve o encerramento de atividades divulgou ontem que há mais de 300 criadores, entre grandes, médios e pequenos.

Eduardo Ferreira Coutinho, gerente administrativo da entidade, comentou que a principal preocupação dos pecuaristas era justamente saber para quem a produção será vendida a partir de agora. Ele não mencionou que a JBS manifestou a intenção de continuar com a negociação.

"Eles estão muito preocupados com a comercialização. Hoje o mais perto seria São Gabriel do Oeste, mas isso implica em criar uma nova estrutura", mencionou Coutinho, destacando que o preço pago pelos animais pode cair por conta do aumento dos custos com a inclusão do transporte. A distância de São Gabriel do Oeste para Coxim é de pouco mais de 130 quilômetros. "O preço deve diminuir."

Conforme cotação de ontem, o boi gordo em Cassilândia estava em R$ 136 para o confinado/castrado e R$ 133 para o inteiro a pasto, com prazo de 30 dias. Em Campo Grande, o valor foi de R$ 137 para 30 dias.

A empresa foi questionada pela reportagem qual deve ser o impacto no valor do gado com essas mudanças, mas ainda não deu resposta.

FUNCIONÁRIOS

O encerramento da planta em Coxim representou também mudança no emprego de 210 pessoas. A JBS informou que ofertou a transferência das vagas para outras unidades no Estado.

Não foi divulgado quantos trabalhadores aceitaram serem transferidos e quantos serão desligados definitivamente. "Estamos preocupados com os impactos diretos e indiretos que podem gerar esse fechamento", disse o prefeito de Coxim, Aluizio São José (PSB), que tentou intermediar o não fechamento do frigorífico.

MOTIVO

Em nota, o grupo alegou que o contrato de sublocação da unidade encerrou e não houve acordo com a locatária, no caso a River Alimentos Ltda. "Não foi possível chegar a um acordo que permitisse a manutenção da operação em Coxim", divulgou.

Durante a reunião com integrantes da Prefeitura de Coxim ontem, a diretoria da JBS informou que a variação do dólar, bem como o consumo interno que caiu nos últimos meses impactaram na operação da planta e por isso ocorreu o fechamento.

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