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Capital

Cortes no fornecimento obrigam campo-grandense a estocar água

Redação

[Via Correio do Estado]

Pegos de surpresa com a falta de água por conta do consumo excessivo durante o período de estiagem e umidade baixa, moradores de diversos bairros de Campo Grande têm enfrentado uma série de problemas. Estoque de água e compra de galões foram as soluções encontradas por quem mora no Bairro Caiçara, região oeste da Capital, um dos atingidos pela escassez do líquido.

Há três dias sem fornecimento normal de água, a dona de casa Gersi Cardoso, 58 anos, teve de comprar um galão, de cerca de R$ 17, para completar o pouco que estava chegando até a sua residência. “Não está enchendo toda a caixa [d’água] e com o pouco não está dando conta”, contou ela, que mora com a mãe, de 94 anos, que é cadeirante por conta da idade avançada. “Eu tenho que ficar levando ela lá na minha irmã, que mora do Jardim Imá, para tomar banho”, contou, revelando ao Correio do Estado que a situação está muito difícil.

Em uma casa próxima à de Gersi, na Rua dos Arquitetos, a também dona de casa Osvani Vieira, 45 anos, disse que não foi avisada sobre a consequente falta de água. Ela contou que o período mais crítico é a noite, quando o líquido acaba por completo. “Já faz dois dias que está assim. De dia é muito fraca e à noite acaba de vez. É um transtorno”, revelou, mostrando a fraca corrente de água que saía da torneira.

Osvani aluga uma edícula nos fundos da sua residência, que não tem caixa d’água. Por esse motivo, os moradores que moram lá, dois adultos e uma criança, estão usando a água da proprietária. “Eles estão tendo que tomar banho aqui também”, disse. São sete pessoas usando a pouca quantidade de água – três da edícula e quatro da casa de Osvani.

Aposentado de 70 anos, que preferiu não ser identificado, além de ter de comprar um galão de água, no valor de R$ 42, guardou o líquido em um tambor. A casa onde ele mora com mais três pessoas ficou mais de 18h sem fornecimento. “Desde de manhã até meia-noite nós ficamos sem”, disse ele, que também cobrou um aviso prévio por parte da Águas Guariroba, concessionária que administra o fornecimento em Campo Grande. “Se tivessem, pelo menos, avisado a gente com antecedência, daria para se programar. Avisando não tem problema”, enfatizou.

Conforme divulgado ontem pelo Correio do Estado, a estiagem de 47 dias, que durou até o dia 1º deste mês, quando choveu 5,6 milímetros, aliada ao período de tempo seco no início de setembro, fez o consumo de água aumentar em cerca de 30%. Com os reservatórios operando acima da média, a Águas Guariroba informou que, pelo menos, 40 bairros seriam afetados pelo problema de falta de água.

De acordo com o diretor-executivo da empresa, Celso Paschoal, o sistema de abastecimento de água de Campo Grande conta com 104 reservatórios espalhados pela cidade, que têm capacidade para 97 milhões de litros de água. Por dia, o consumo médio do recurso hídrico na Capital é de 233 milhões de litros. Neste ano, com os dias quentes e secos, o consumo subiu para 267 milhões de litros.

FRENTE FRIA

A onda de calor que atinge Mato Grosso do Sul deve continuar, mas em menor intensidade, subindo novamente no fim de semana.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o tempo muda a partir do sul e oeste do Estado, com a chegada de uma fraca frente fria pela fronteira com o Paraguai. Apesar de não ser tão intensa, deve haver aumento de nebulosidade e umidade, queda nas temperaturas, rajadas de vento e possibilidade de chuva rápida em pontos isolados.

O tempo continua seco, com umidade relativa do ar ainda abaixo de 30%, apesar de discreta melhora nos índices, que têm ficado em torno de 15% no Estado.

A frente fria perde força e o fim de semana volta a ser muito quente, com nova onda de calor e baixa umidade.

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