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Corregedoria inicia processo para avaliar expulsão de PMs presos

Redação

[via Correio do Estado]

A Corregedoria da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul iniciou o processo administrativo interno para avaliar a conduta e, se for o caso, expulsão dos 21 integrantes da corporação presos na última quarta-feira (16) durante a Operação Oiketicus, desencandeada em conjunto entre o órgão e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual, que desmantelou esquema que beneficiava cigarreiros e contrabandistas no Estado.

Segundo o Portal Correio do Estado apurou, não há um prazo para a conclusão das investigações pela Corregedoria. Na verdade, o processo administrativo seguirá em paralelo junto com o inquérito da operação, este pela Justiça Militar. O resultado de um, afeta o outro.

"Todos têm o mesmo direito de um cidadão civil, de ampla defesa", disse o comandante-geral da PM, coronel Waldir Ribeiro Acosta, por telefone. "Não dá para dizer agora que todos serão presos ou expulsos (da corporação)", completou.

De acordo com o coronel, em caso de não condenação pela Justiça, hipótese em que não acarretaria na expulsão, conforme prevê o Código Penal Militar, os PMs envolvidos terão a conduta avaliada de maneira individual.

"A corporação está para fazer essas operações. Pode ter mais desdobramentos e vamos continuar participando, dando continuidade ao trabalho iniciado", apontou Acosta.

Dois tenentes-coronéis, primeira patente abaixo de coronel, a maior da corporação, foram presos na operação conjunta: Admilson Cristaldo Barbosa - comandante do 11º Batalhão da PM Jardim - e Luciano Espindola da Silva - comandante da 1ª Companhia Independente da PM de Bonito. Além deles, oficiais e praças condecorados pelo Comando-Geral, também foram presos. Advogados dos acusados presentes na Corregedoria não quiseram dar declarações.

A organização criminosa formada por policias militares de Mato Grosso do Sul atuava no contrabando tanto de cigarros como de outros produtos, como pneus.

A milícia não só cobrava propina dos contrabandistas para facilitar o trânsito em rodovias estaduais e na distribuição em municípios, como também tentavam dificultar a atuação de outras forças de segurança na investigação desse tipo de crime. As rotas que os investigados atuavam tinham ligação com a Bolívia e o Paraguai.

A ação comandada pelo Gaeco tem relação com flagrante realizado em dezembro do ano passado, quando sete policiais militares tornaram-se réus pela prática dos crimes de concussão e sequestro.

Eles teriam sequestrado contrabandistas de cigarro paraguaio e cobrado R$ 150 mil para liberar o veículo. Na ocasião, dois policiais militares foram presos pelo Gaeco e interromperam a extorsão que os PMs praticavam.

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