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Alvo de bandidos, Reviva terá câmeras de reconhecimento facial

Redação

[Via Correio do Estado]

Mesmo antes da inauguração, a obra de revitalização da Rua 14 de Julho, no centro de Campo Grande, já é alvo de criminosos. O rebaixamento da rede de energia elétrica, vitrine da obra de R$ 60 milhões, também está no radar dos ladrões. Na última semana, os bandidos quebraram uma caixa que dá acesso aos dutos subterrâneos recentemente instalados na via e furtaram pelo menos 100 metros do material. Nenhum suspeito foi preso até o momento.

Para impedir que o patrimônio público seja alvo de vândalos e de ladrões, a prefeitura pretende intensificar a segurança no canteiro de obras do Reviva Campo Grande. Os planos são ambiciosos: instalar uma unidade da Guarda Municipal na Praça Ary Coelho e aumentar o número desses servidores na região, além de reforçar a vigilância com a instalação de câmeras de reconhecimento facial, item nunca usado pelo poder público no Estado.

“O vandalismo, a criminalidade ainda é um problema a ser resolvido. Temos uma equipe de segurança na obra, mas os criminosos sempre dão um jeito de furtar fios”, explica Carlos Clementino, proprietário da Engepar, empresa que executa a revitalização da Rua 14 de Julho. O empresário acredita que os ladrões tenham agido no período da manhã, quando o movimento na região é mais intenso e várias pessoas, como funcionários da empreiteira, das companhias telefônicas e da Energisa, abrem as caixas com frequência. “No período noturno, é muito mais fácil para nossos vigilantes notarem as movimentações suspeitas”, comenta.

Os fios retirados dos dutos subterrâneos recém-instalados na Rua 14 de Julho integram o sistema que ligaria a rede de alta-tensão às redes residenciais e comerciais. “Eles retiraram pouco menos de um rolo de fio 10”, informa Clementino.

REFORÇO

O furto dos fios da obra do Reviva Campo Grande desencadeou várias ações de reforço na segurança nos últimos dias. A primeira das atitudes foi tomada pela Engepar. “Já temos uma equipe lá, mas vamos reforçar a segurança no canteiro”, afirmou o proprietário da empresa, Carlos Clementino.

A Prefeitura de Campo Grande também reforçou o efetivo da Guarda Municipal na região, e foi durante a busca por suspeitos que uma equipe da força de segurança do município entrou em conflito com um oficial da Polícia Militar. Os guardas tiveram a abordagem a dois suspeitos interrompida pelo tenente-coronel da Polícia Militar Claudemir de Melo Domingos, que estava à paisana e chegou a dar voz de prisão aos servidores do município (leia os detalhes em outra reportagem, nesta página).

Apesar do reforço na segurança do canteiro de obras, comerciantes e mesmo os gestores públicos já passam a ter dúvidas de como a nova estrutura da Rua 14 de Julho será conservada a partir do dia 30 de novembro, para quando a inauguração está prevista. “Isso ligou um alerta. Certamente, algumas providências devem ser tomadas”, afirmou o proprietário da Engepar.

RECONHECIMENTO FACIAL

O projeto do Reviva Campo Grande já tem medidas que visam reforçar a segurança da obra da Rua 14 de Julho após sua conclusão. “No projeto, temos vários itens que aumentarão a segurança na região, como uma iluminação mais potente, o que ajuda muito, além de um posto da Guarda Municipal na região e de um sistema de monitoramento mais amplo”, explicou a coordenadora do escritório de projetos da Prefeitura de Campo Grande, Catiana Sabadin, em entrevista concedida em agosto.

Serão 17 câmeras de reconhecimento facial instaladas ao longo da Rua 14 de Julho, na parte revitalizada. Os aparelhos comprados pelo município permitem o reconhecimento facial, tecnologia que vem levantando controvérsia mundo afora, em razão de questões envolvendo privacidade. “Ela permite [o reconhecimento], isso não significa que nós usaremos essa possibilidade”, afirmou a coordenadora do escritório de projetos.

A gestora ainda explicou que os novos recursos estão previstos dentro do aditivo de R$ 11,2 milhões à obra, publicado recentemente. O reajuste do contrato, que elevou o custo da revitalização da Rua 14 de Julho de R$ 49,2 milhões para R$ 60,4 milhões, prevê também a instalação de rede Wi-Fi e também a remuneração dos trabalhadores da obra em contraturno. As planilhas que justificam o aditivo, contudo, não foram divulgadas nem pela prefeitura nem pela Engepar. Carlos Clementino não soube informar se a compra das câmeras será realizada pela empresa.

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