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Adesão de produtores ao projeto de recuperação do córrego Guariroba é de 80%

Redação

[Via Correio do estado]

Na apresentação dos resultados do projeto Manancial Vivo, iniciativa idealizada em 2010 com objetivo de recuperar a área degradada da bacia do Guariroba –  principal manancial de água do município – foi apontado que 80% dos produtores rurais que moram na região aderiram ao projeto que conta com ações de recuperação de margens do córrego, mata ciliar e terraceamento do entorno.

O destaque deste percentual pode ser comprovado pelo grau de importância do córrego para o município de Campo Grande, visto que quase 50% da água utilizada no abastecimento da população é proveniente do curso d'água.  As informações foram apresentadas nesta quinta-feira (19), durante evento realizado no auditório do sindicato rural de Campo Grande.

De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur), José Marcos da Fonseca, preservar o meio ambiente é garantir um futuro de qualidade para as próximas gerações. Então o trabalho conjunto desenvolvido pelos parceiros superou as expectativas iniciais de planejamento.

"Desde que as ações do Manancial Vivo foram iniciadas foram investidos R$ 1,3 milhão e consideramos que a contrapartida foi bastante positiva já que 80% dos produtores rurais aderiram ao programa, justamente eles (setor produtivo) que têm um papel fundamental para a produção de alimentos do nosso país", observa

O Manancial Vivo foi implantado em 2010 pela Prefeitura de Campo Grande em parceria com a WWF-Brasil, Agência Nacional de Águas, Fundação Banco do Brasil e Associação de Recuperação Conservação, Sindicato Rural de Campo Grande e Proteção da Bacia do Guariroba (ARCP Guariroba).

Na avaliação do diretor do sindicato, Rodolfo Vaz de Carvalho, a intervenção realizada beneficiou não só os produtores participantes, mas toda a sociedade. "Muitas vezes, o produtor fica receoso de abrir as portas da sua casa para fiscalização, pois, é bombardeado de críticas infundadas. Então estamos satisfeitos em participar de uma iniciativa como esta que demonstra nosso perfil preservacionista", pontua.

MUDANÇA DE COMPORTAMENTO

Entre 2010 e 2015 foram recuperados 107 hectares, terraceamento de 1.692 hectares, conservação de 1.079 hectares, além de 89 mil mudas de espécies nativas plantadas. Conforme informações do presidente da Associação de Recuperação Conservação e Proteção da Bacia do Guariroba (ARCP Guariroba), Claudinei Menezes Picois, uma forma de mensurar os resultados é que o volume de água aumentou consideravelmente.

"Acredito que antes do período previsto no projeto que é 10 anos conseguiremos atingir a meta de abastacimento de água que é de 105% e 210 hectares recuperados. Avalio que a recuperação das Áreas de Proteção Permanente impulsionaram consideravelmente o volume hídrico, visto que 50 metros das margens do córrego serão recuperadas e 50 metros de mata ciliar", acrescenta.

O coordenador do programa Cerrado e Pantanal, da Organização Não Governamental (ONG) WWF, Júlio César Sampaio, lembra que o modelo de produção pecuária foi o primeiro a ser implantado tanto na região do pantanal quanto em outras áreas, por isso, a necessidade de desenvolver práticas sustentáveis agropecuárias que recuperem áreas degradadas por anos de utilização.

"A bacia do Guariroba é muito importante no contexto do município em função da representatividade no abastecimento. Então necessita de uma atenção especial no que se refere a preservação", ressalta.

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