“Que História É Essa, Porchat?” se mostra um programa íntimo e pessoal
Com público oculto e convidados no palco, o programa revela casos surpreendentes
Há anos que os talk shows têm espaço garantido na televisão. Porém, nos últimos anos, os formatos foram se modernizando.
Com a pandemia do novo coronavírus, não teve jeito: adaptações tiveram de ser feitas, principalmente naqueles que contavam com a participação de plateia.
O “Que História É Essa, Porchat?”, do GNT, foi um dos programas que precisou se reinventar.
Porchat foi para o estúdio, mas com plateia e convidados atuando remotamente.
Agora, já com protocolos de segurança mais bem definidos – apesar do crescente número de infectados e de mortes no país –, foi possível diminuir essa distância.
Mas, claro, sem colocar ninguém em risco e nem perder a ousadia característica do apresentador na hora de arrancar boas aspas.
Para começar, Fábio não chegou a abrir mão da plateia, mas deixou-a escondida.
O público fica em um local reservado, que não chega a aparecer e, com isso, não se tem nem noção de quantas pessoas estão ali.
Só dá para ouvir as gargalhadas e, quando Porchat pede, uma ou outra reação – como cantar “Lua de Cristal” para Xuxa, uma das estrelas do episódio de estreia desta terceira temporada.
Mas, verdade seja dita: não faz muita diferença uma plateia que não aparece. Como diz o ditado, o que os olhos não veem…
Mesmo antes desse “novo normal” que tanto se fala, os convidados de Porchat já ficavam um tanto afastados no cenário.
Agora, essa distância é mais notada, desde o momento em que eles aparecem até a hora em que o “Que História É Essa, Porchat?” sai do ar.
As máscaras deles posicionadas por perto, assim como frascos de álcool em gel, ficam bem visíveis.
E ninguém se cumprimenta sem que isso seja feito de longe.
Os anônimos escolhidos para dividirem alguma história só entram em estúdio no bloco em que vão aparecer, e saem de cena ao término dele.
Como o espaço é amplo, isso não os coloca perto de ninguém e só o próprio Porchat circula pelo ambiente – mesmo assim, apenas na hora de interagir com essas pessoas.
No fundo, um bom talk show depende mesmo é do que os entrevistados têm a dizer.
Nesse aspecto, Porchat não falha. O primeiro episódio de 2021, por exemplo, está entre os melhores de todos, se não for o melhor.
Xuxa, Padre Fábio de Melo e Manu Gavassi já são figuras interessantes sozinhas. Porém, a união desse trio tão inusitado se revelou um verdadeiro festival de gargalhadas.
Afinal, quem diria que Manu já foi penetra em uma festa de Miley Cyrus, sendo expulsa ao pedir uma foto com a cantora?
Ou que Xuxa precisou aliviar o intestino no mar, quando estava com Luíza Brunet, e que Fábio de Melo chegou a colocar as próprias fezes no bolso para não passar vergonha em uma loja?
Fábio tem o dom de deixar seus convidados à vontade o suficiente para revelarem segredos que, em outros programas, provavelmente jamais falariam.
O apresentador também se sai muito bem nas combinações em que aposta.
Por exemplo, como ao juntar as atrizes Isis Valverde e Bruna Linzmeyer e o humorista Victor Sarro.
Pessoas que, a julgar pelo estilo de vida, não teriam uma química tão óbvia quanto a que rolou.
Fábio não é só o cara engraçado ou que tem a piada certa para cada situação.
O humorista se mostra sempre seguro e preparado para aproveitar todos os ganchos dados pelos participantes.
Não à toa, a Globo já exibiu episódios da primeira temporada do programa no ano passado.
E não será uma surpresa se, no futuro, Porchat migrar para a emissora de vez.
Até porque o canal anda mesmo precisando de uma nova aposta para o humor.
Via Correio do Estado