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Quarta Temporada de Exposições no Marco reúne trabalhos de artistas renomados

Redação

[Via Correio do Estado]

São 11 longos anos fora de Campo Grande, onde morou por quase 30. Porém, a partir de hoje, a artista plástica paraense Lu Sant’Anna mostra suas mais recentes aquarelas na exposição “O que Vejo da Janela do Meu Quintal”, que faz parte da Quarta Temporada de Exposições do Museu de Arte Contemporânea. Além dela, também é possível apreciar as exposições “Para Achar o Azul do Céu Eu Uso Pássaros” (obras do acervo do Marco produzidas por Jorapimo); “Papier Découpé” (In memorian) – colagens da artista Maria Eduarda Shakesheave (MS) – e “Re-Posições”, pinturas do artista Ismael Oliveira, de São Paulo.

Especialista em gravuras e aquarelas, Lu Sant’Anna tem  trabalhado com maior ênfase nestas últimas, que lhe dão mais possibilidades de explorar as cores de que tanto gosta. “A aquarela tem toda uma gama de cores e a minha vida também é assim; minha arte é bem colorida”, explica a artista, que está em Campo Grande para a abertura do evento e onde fica até março para rever os amigos.

A exposição da artista reúne 30 aquarelas de 14 cm por 77 cm, que revelam a exuberância da natureza, sua maior fonte de inspiração. “Pinto flores e pássaros variados, sempre inspirada naquilo que vejo
e vivencio. O quintal a que me refiro é onde estou e, no momento, vivo perto de Belém, no Pará, onde tenho muito contato com a natureza. Mesmo aos 67 anos, me uni a um grupo de caiaqueiros que leva solidariedade aos ribeirinhos. Vivo remando em rios, observando a riqueza da natureza, que está retratada em minhas pinturas”.

DE SÃO PAULO

Na Sala Grande do Marco, quem expõe nesta temporada é o artista plástico de São Paulo Ismael Oliveira, desta vez com a exposição intitulada “Re-Posições” – em agosto do ano passado, ele exibiu trabalhos aqui na mostra “Pro-Posições”.

Agora, o artista comparece com um total de 30 obras, sendo 17 trabalhos em papel na técnica guache e nanquim e 13 telas de pintura em óleo e acrílica. Nesta mostra, Ismael contextualiza elementos derivados da arquitetura, de figuras humanas, de formas orgânicas e geométricas por meio do entrelaçamento de imagens, desenvolvendo a ideia de fragmentação, combinação e rede. Suas obras destacam o confronto de elementos captados da vida contemporânea com elementos abstratos e seres informes, criando paisagens e situações insólitas.

“Re-Posições” é continuação de suas séries anteriores intituladas, “O-Posições”, “Sobre-Posições” e “Pro-Posições”, respectivamente, nas quais já trabalhava a ideia formal de sobrepor elementos geométricos e orgânicos; formas figurativas e informais. Nesta exposição, o artista trabalha com a temática do corpo e do espírito humano, contrapondo com diversos elementos que circundam a vida.

RECORDAR

Duas outras exposições desta temporada revisitam trabalhos de outros dois importantes artistas plásticos de MS. “Para Achar o Azul do Céu Eu Uso Pássaros” é a mostra das obras do acervo do Marco produzidas pelo corumbaense José Ramão Pinto de Moraes, conhecido como Jorapimo (1937-2009).

As telas abusam das cores de exuberantes paisagens naturais e da riqueza do povo simples representados em espatuladas precisas e carregadas de poesia. O artista ganhou reconhecimento por retratar a rotina do homem pantaneiro e as belezas naturais de Mato Grosso do Sul. Sua arte, ligada ao impressionismo, é marcada por traços singulares e fortes. Mesmo tendo passado um bom tempo fora de Corumbá, suas obras sempre retrataram o Pantanal e o amor por sua terra natal.

Jorapimo foi pioneiro da pintura moderna em Mato Grosso do Sul e um dos fundadores da Associação Mato-Grossense de Artes (AMA). Participou de exposições em grandes centros do País, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, e no exterior.

Por último, “Papier Découpé” (corte do papel) reúne imagens pintadas e recortadas de revistas, por Maria Eduarda Shakesheave.

Quarta Temporada de Exposições
Abertura no Museu de Arte Contemporânea. Hoje, às 19h30min. Ficará aberta até 3 de março, sempre com entrada franca. O Marco fica na Rua Antônio Maria Coelho, 6.000, no Parque das Nações Indígenas. As visitações podem ser feitas de terça a sexta, das 7h30min às 17h30min. Sábados, domingos e feriados, das 14h às 18h.

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