Música do interior agrada o público do Som da Concha no último domingo
Campo Grande (MS) – A música do interior de Mato Grosso do Sul deu o tom das apresentações do projeto Som da Concha, da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), neste domingo (26), na Concha Acústica Helena Meirelles do Parque das Nações Indígenas. Os artistas da noite agradaram aos ouvintes presentes. “Sempre venho aqui porque gosto de escutar música de verdade. A maioria dos estilos que tocam nesse projeto me agradam”, afirmou a professora Maria Cristina Fabris, 50 anos.
O artista que deu início às apresentações foi o violeiro Marcelo Mafili, que trouxe diretamente de uma fazenda de Miranda, local onde mora atualmente, o repertório instrumental autoral inspirado nas paisagens pantaneiras. “Aquele isolamento poético da paisagem sonora do pantanal me dá muita inspiração para compor”, confessou. As músicas Primavera Solar, Piúva, Baião do Cavalo Trovão, Nabileque, Curva de Rio e Lambari foram as escolhidas para a apresentação. Todas são fruto do trabalho “Viola brasileira em concerto para a paz”, que é acompanhada por outros instrumentos como violoncelo, violino, contra-baixo, flauta transversal, violão de sete cordas e percussão.
“A viola tem um potencial de expressão muito grande. A música não tem limites, então estamos experimentando nos expressar de diferentes formas com a viola caipira. Essa é uma produção muito independente e pessoal. Em um monastério que vivi em Monas Gerais, aprendi que a música é um fluído energético, assim, ela é uma ferramenta sonora que o músico utiliza para levar ao público boas energias. Por isso meu respeito pelos músicos é imenso. E projetos como esse são importantes porque geram um espaço para a música instrumental, que são raros”, explicou na ocasião.
A compositora douradense, Giani Torres, apresentou seu segundo disco, o álbum “Como bolhas, água e sabão”. O público acompanhou a interpretação de músicas como “Pele a pele”, de Guilherme Rondon e Paulo Simões, “Solitária”, antigo sucesso da banda Jennifer Magnética, do compositor Rodrigo Faleiros, e “Saudade não”, da cantora e compositora Lilian Maira. “Estou feliz de novamente estar nesse projeto porque ele possibilita que o pessoal do interior traga o som que produz aqui para o público da Capital. A cena musical de Dourados vem se fortalecendo cada vez mais, os artistas estão se esforçando para se profissionalizar e fazer o que gosta. É impressionante como toda vez que a gente vem tocar na Capital, a divulgação do nosso trabalho se amplia, pois a proximidade com o público é fundamental. Assim plantamos sementes”, destacou Giani.
O professor João Antônio Alves dos Santos, 28 anos, concorda com ela: “É muito legal conhecer o trabalho da galera do interior sem precisar sair de Campo Grande. Não é só de sertanejo que vive a música de Mato Grosso do Sul”, afirmou. E o senhor, Elson Maceno, de 55 anos, finaliza: “Esta iniciativa não só dá oportunidade para os artistas mas também à população que pode prestigiar continuamente este projeto que os aproxima da música feita aqui”.