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MS formaliza projeto de incentivo às agroflorestas na busca de ser carbono neutro até 2030

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Previsão é de que o projeto contribua com a expansão e instalação de agroflorestas em propriedades rurais de todo o Estado

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), celebrou nessa quinta-feira (07) a formalização do projeto desenvolvido pela Semadesc (Secretaria de Meio A54mbiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) que vai incluir 800 pequenos produtores rurais na implementação e criação de agrofloresta, garantindo, através disso, o pagamento de crédito de carbono.

Conforme consta, o pagamento pelo crédito de carbono é possível por meio de plataforma desenvolvida pela Rabobank Acorn, que envolve desde a medição do crescimento da biomassa via tecnologia de sensoriamento remoto e a subsequente comercialização do crédito de carbono à sua rede de clientes internacionais.

A Acorn é um programa desenvolvido pelo Coöperatieve Rabobank U.A. – da Holanda –  para prestar assistência aos pequenos produtores que desejam otimizar o uso da terra, conciliando preservação ambiental com a produção de alimentos, mediante a adoção de sistemas agroflorestais, com a certificação dos créditos de carbono, que são quantificados nas unidades de remoção de carbono (Carbon Removal Units – CRUs).

“Estamos trazendo sustentabilidade e a questão econômica para os agricultores familiares. O valor do crédito, 80% vai para o agricultor familiar. É realmente um envolvimento em torno de um único objetivo, que é inserir esses produtores familiares dentro da produção sustentável e com sistemas que vão gerar resultado econômico a partir do crédito de carbono”, disse o governador Eduardo Riedel, durante o evento.

A previsão é que o projeto contribua com a expansão e instalação de agroflorestas em propriedades rurais de todo o Estado. A estimativa é de que cada produtor tenha 2,5 hectares de agrofloresta, totalizando 2 mil hectares até 2027. “Tem que ter um significado econômico para aqueles que praticam uma atitude que ajude nesse balanço de carbono. É isso que nós estamos fazendo nesse projeto”, pontuou o governador.

Angélica Rotondaro, representando Acorn, Rabo Foundation e Alimi Impact Ventures, citou que Mato Grosso do Sul foi escolhido para ser o pioneiro, no Brasil, nesse projeto. “O objetivo é trazer pequenos produtores da agricultura familiar para participar de projeto de ampliação de área ou criação de 1 a 2,5 hectares de agroflorestal. E vem com pagamento de crédito do que for gerado”, explicou.

No projeto, o agricultor recebe o desenho da agrofloresta, com arranjo de espécies nativas do Cerrado, como o cumaru e o jatobá – associada a espécies frutíferas -, que foi desenhado por professores e pesquisadores da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), em conjunto com a Acorn e a Cooperativa de Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul (Cooperapoms).

O Governo do Mato Grosso do Sul co-investe neste projeto junto com o Rabobank Acorn e a Rabo Foundation e irá colaborar via a disponibilização de assistência técnica, insumos e no apoio no acesso de co-financiamento para a implementação da agrofloresta.

A agricultora Carline Yumi Ohi atua em uma propriedade rural que tem 30 hectares e aproximadamente 1,2 já estão em processo de implantação de agrofloresta. Ela acredita que o projeto vai contribuir para aumentar a área no sistema já em 2024.

“Eu tenho uma meta de aumentar mais um hectare. O foco é na produção, o início geralmente é com hora, para colonizar a área. E agora já tenho fruticultura. Além disso, participo de outro projeto de crédito de carbono, e já recebi a compensação por 400 árvores que foram mapeadas na minha propriedade”, disse Carline.

Sobre a possibilidade de receber créditos de carbono, ela afirma que projetos e ações como este contribuem para melhoria e expansão de áreas que podem contribuir de forma positiva com o meio ambiente.

“Hoje a gente tem a visão da sustentabilidade, no meio rural não tem mais como produzir alimentos de forma a prejudicar o solo. A agrofloresta vem com tecnologia ancestral dos povos originários, uma técnica que regenera o solo. O crédito de carbono veio para o apoio. Agora a gente tem tranquilidade e segurança”, finalizou a produtora.

Altair Merlo da Silva produz frutas em dois dos 32 hectares da propriedade rural familiar em Douradina. Ele iniciou o projeto de inserir agroflorestal na área – usada para plantio de grãos – e também a fruticultura após a pandemia.

“Depois de muito tempo trabalhando com empresas que produzem soja e milho, após a pandemia de covid eu passei a cultivar da área e me encantei com a fruticultura. Este projeto, para crédito de carbono, é uma novidade muito boa. Temos aí grande oportunidade de levar ao pequeno produtor e é um ganho maior para a natureza”.

Via Enfoque MS

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