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Cantor e compositor Guilherme Arantes faz show em Campo Grande

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Cantor, compositor e pianista que emplacou dezenas de hits ao longo de cinco décadas apresenta-se no Palácio Popular da Cultura, no dia 23 de março, com ingressos a partir de R$ 90

Recuperando-se de um procedimento cirúrgico para a colocação de mais uma prótese no quadril, Guilherme Arantes confirmou, no início desta semana, que vai se apresentar na Capital no dia 23 de março. O show do cantor, compositor e pianista de 70 anos, nascido em São Paulo, será no Palácio Popular da Cultura, a partir das 21h, com classificação indicativa para 10 anos.

Os ingressos já estão à venda pela internet (pedrosilvapromocoes.com.br) e no estande do Comper Jardim dos Estados. Confira os valores dos ingressos para o primeiro lote: R$ 250 (inteira) e 
R$ 125 (meia) no setor B; R$ 200 e R$ 100 nos setores A, C e E; e R$ 180 e R$ 90 nos setores D e F. Mais informações pelo WhatsApp (67) 99296-6565, de segunda-feira a sábado, das 13h às 19h.

Com 28 álbuns lançados desde o início da carreira, quando estreou, em 1973, no grupo Moto Perpétuo, de rock progressivo, Guilherme Arantes tem músicas gravadas por Roberto Carlos, Maria Bethânia, Elis Regina, Caetano Veloso, Gal Costa, Belchior e Nando Reis, entre outros nomes. 

Em sua coleção de sucessos estão “Planeta Água”, “Amanhã”, “Cheia de Charme”, “Meu Mundo e Nada Mais”, “Lindo Balão Azul”, “Deixa Chover”, “Lance Legal”, “Pedacinhos” e “Brincar de Viver”.

Depois de morar por dois anos e meio em Ávila, uma cidade medieval na Espanha, o artista voltou a morar no litoral norte da Bahia, em Lauro de Freitas.

Durante a pandemia, no seu refúgio em Ávila, Guilherme estudou orquestração e música barroca, o que influenciou o seu álbum mais recente, “A Desordem dos Templários” (2021). O trabalho traz um forte tempero progressivo.

No show que será apresentado em Campo Grande, e que vem rodando o País, Guilherme vai mostrar algumas das canções do novo álbum sem perder de vista os grandes sucessos que lhe deram fama. Somente na trilha sonora de telenovelas, o hitmaker emplacou 27 canções.

“Eu estou muito motivado para retomar a vida normal. Esses últimos exercícios [fisioterapia] que a gente está fazendo estão sendo prazerosos, porque eu já estou me enxergando novamente caminhando normalmente, com aquela mesma dinâmica, o desembaraço de você botar um tênis e sair andando”, disse o cantor e compositor há duas semanas, durante entrevista a uma emissora de tevê, após mais uma cirurgia na região do quadril. A primeira foi realizada em 2010, justamente na tentativa de evitar a colocação de uma prótese.Guilherme Arantes vinha em um ritmo intenso de apresentações. Só em novembro do ano passado, quando voltou a sentir dores, ele fez 22 apresentações. No mesmo mês, em entrevista a uma revista paulistana, o músico falou sobre o desejo de superar o estigma de fazedor de sucesso que se colou à sua persona artística por força da grande popularidade de suas composições. “O plano mais importante é me qualificar na MPB. Foi cravada em mim uma marca muito forte de ‘arquiteto do pop’, que é um título nobre, mas comprimido no tempo dos anos 1980”, declarou.

PANTEÃO E PRODUTIVIDADE

“É uma forma de me deixar engavetado em um período. O meu foco é trabalhar pelo pertencimento ao patamar de cima da MPB, onde estão Chico [Buarque], [Gilberto] Gil, Gal [Costa], Caetano [Veloso], [Maria] Bethânia, Milton [Nascimento], e a geração um pouco posterior, com Alceu [Valença], Djavan, Luiz Melodia, Lenine. Chico Buarque é o meu maior ídolo. Aos 70 anos, quero um lugarzinho nesse panteão”, avaliou Guilherme.

“A minha história não parou. Vou entrar em um período de muita produtividade. Não me interessa fazer parceria com Luísa Sonza, com os novos, como outros colegas estão fazendo. Me interessam os grandes, os antigos. Estou indo para trás, porque é assim que vamos resolver a charada da música brasileira para frente. Quero desesperadamente ser maior do que eu sou”, revelou o músico paulistano.

CARREIRA

São vários os predicativos que fazem de Guilherme Arantes um grande nome da música brasileira. Por exemplo, após estabelecer sua marca ao longo da década de 1970, é de sua autoria “Perdidos na Selva”, que o grupo Gang 90 e as Absurdettes gravou em 1981, lançando, junto com a canção, o estilo musical conhecido como new wave.

Recordista de arrecadação de direitos autorais, foi elogiado por gigantes como Tom Jobim.

E sua influência é reconhecida por uma diversidade notável de artistas, a exemplo de Mano Brown, Vanessa da Mata, Marcelo Jeneci, Tulipa Ruiz, Curumin e Céu e Bruna Caram. Guilherme foi eleito, em 2008, como um dos 100 maiores artistas da música brasileira pela revista Rolling Stone Brasil, que o considerou “o mestre do pop brasileiro”.

O DISCO MEDIEVAL

Com 10 faixas inéditas, sendo oito canções, um tema instrumental progressivo e uma vinheta de sonoplastia conceitual, “A Desordem dos Templários” é o 24º álbum de estúdio de Guilherme Arantes.

Em 2019, Guilherme viajou com Márcia, sua esposa, para a Espanha, para uma temporada de estudos de música renascentista e barroca e, também, para um período de imersão em literatura e história.

A intenção original era uma reciclagem, com a retomada de estudos de Scarlatti, Handel, Couperin, Bach e clássicos do cravo. Sem nenhuma intenção de produzir material novo, era uma volta radical à estaca zero na música. 

Com a chegada da pandemia na Europa, no início de 2020, essa temporada de reclusão se intensificou. O refúgio também ajudou no tratamento de uma cervicobraquialgia incapacitante, que acometeu Guilherme durante oito meses em 2020, com algumas recidivas em 2021.

O clima serrano e os costumes de cidade histórica interiorana foram propiciando novas inspirações melódicas, em letras reflexivas com forte teor emocional. 

Quando ficou claro que estava sendo criada uma nova coleção, uma nova safra e talvez um disco estivesse a caminho, Guilherme arregimentou a banda em São Paulo, para que elaborassem à distância as participações de bateria (Gabriel Martini), baixo (Willy Verdaguer), guitarras e violões (Luiz Sérgio Carlini e Alexandre Blanc), violinos (Cassio Poletto) e trompete (Luciano Melo).

Na sexta-feira passada, foi lançada uma regravação de “Meu Mundo e Nada Mais” (1976), primeiro sucesso da carreira solo do músico. O novo single traz Guilherme ao piano em dueto com a diva do samba Alaíde Costa, de 88 anos.

Via Correio do Estado MS

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