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Comportamento

Alunas vendem água em prova do Enem para ter dinheiro para formatura

Redação

[Via G1]

Os dias de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) são oportunidades para muitos conseguirem um dinheiro extra. Em Campo Grande, as acadêmicas de direito, Natália Josetti de Souza e Thaís Ameixa de Oliveira, de 22 anos, vendem água em frente a uma universidade particular pelo segundo ano consecutivo.

O objetivo das amigas é arrecadar dinheiro para a festa de formatura, marcada para março de 2018. As duas levaram uma caixa térmica com garrafinhas. Mesmo escolhendo um lugar bem movimentado, as vendas não estão indo bem.

"Estamos vendendo a R$ 2 - R$ 1 a menos que no ano passado - o pessoal não está comprando. As vendas estão bem menores que no Enem do ano passado. Acho que tem menos gente fazendo prova esse ano, sem falar que o pessoal está trazendo água de casa. Deve ser a crise, né?", brincou Natália, de 23 anos.

Organizadas
Mãe e filha chegaram duas horas antes da prova para escolherem um bom lugar para aguardar a abertura dos portões.Conseguiram vaga com sombra no estacionamento e levaram comida e água.

A assistente social Juveliana Casarin da Silva e a filha, Geovana Casarin Souza, de 16 anos, se organizam há um ano para que tudo dê certo para a adolescente.

"Estamos nos planejando há um ano, quando ela começou o cursinho para o Enem. Então, a gente não pode quebrar esse processo de cuidados. Por isso eu paguei estacionamento, coloquei o carro na sombra, me preocupei com a alimentação dela. Antes de ir para a prova a Geovana vai escolher o que comer. O que é melhor para o organismo dela naquele momento. Estamos fazendo de tudo para ela se sair bem há um ano, não seria agora que iríamos descuidar", disse Juveliana.

Na sorte
Juliana Rúbio, de 31 anos, trabalha com a venda de salgados. O sonho dela é estudar pedagogia e quer usar a nota do Enem para conseguir ingressar na faculdade. Só que ela diz que sequer pegou em um livro para estudar. Não teve qualquer tipo de preparação para a prova.

"Vim com a fé e a coragem, como dizem por aí. Não estudei pra nada, enquanto muita gente se preparou. Vim porque meus amigos insistiram, porque, quem sabe, eu me saia bem e realize meu sonho de cursar pedagogia. Espero que dê certo. Quem sabe, né?", fala Juliana.

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