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Em busca de cobre, criminosos roubam 3.º transformador de propriedade em 2 meses

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Prejuízo só com a reposição do primeiro transformador roubado ficou em mais de R$20 mil

Cobre, em sucata ou fio — e onde quer que esteja “escondido”—, tem sido alvo de criminosos em Campo Grande por seu alto valor de comercialização, com preços que variam entre R$ 35 e R$ 41, o que faz com que cada vez mais infratores corram vários riscos em busca do metal. Mais recente, uma propriedade rural (localizada na rua Lindoia, bairro Vila Marli), foi vítima recorrente desse tipo de crime e teve seu terceiro transformador furtado na madrugada desta quarta-feira (11).

“Os caras já vem com o bastão para tirar o fusível. Se for contar o prejuízo já está em mais de R$ 20 mil”, expõe Rogério Yoshio Yamazato, 43, dono da propriedade alvo, que pertence à sua família. Ele explica que, durante a ação dos bandidos, apenas uma pessoa estava na propriedade, seu tio que tem a visão comprometida.

Rogério ainda conta que o medo é um sentimento frequente para os moradores da região, que criaram grupos de vizinhos para que um morador avise o outro sobre qualquer movimentação estranha. Para ele, esse tipo de crime não é realizado por qualquer pessoa leiga, e sim por algum perito em eletricidade, devido aos riscos que envolvem o roubo do cobre encontrado em transformadores.

“Se você chegar a cinco metros desse transformador ele te joga longe, então os caras são profissionais. Desligaram um trifásico e mais um, as bananas dele para poder tirar o transformador, se não nem mexem. E se não tivesse comprador ele não ia roubar”, comenta ainda.

Membro da recém-instituída Patrulha Rural, o Sargente Borges conta que, até mesmo pelo peso que tem um dos transformadores que foram derrubados, pode-se apontar que o crime foi praticado em grupo, envolvendo entre três e quatro criminosos. Ele conta que dias atrás os policiais estiveram na propriedade realizando o cadastro no Programa Campo Mais Seguro, apresentando inclusive dicas de segurança.

“Porém, na data de hoje recebemos a ligação do Seu Joaquim falando que indivíduos adentraram a propriedade, derrubaram transformador e levaram vários fios. Uma pessoa não daria conta de fazer sozinha, e deve ser alguém que entenda de eletricidade, pra desarmar as bananas dos disjuntores”, diz.

Conforme o policial, foi feita a coleta de dados sobre o crime e, agora, com auxílio da Polícia Civil, serão realizadas buscas para averiguar a receptação de onde esses materiais possivelmente foram comercializados.

“A gente vai fazer as buscas, o boletim de ocorrência junto à Polícia Civil, para começar as investigações. Ver se conseguimos alcançar os receptadores, para tentar solucionar a situação. O intuito é a fiscalização da compra desse material, deveria existir um meio mais amplo, para averiguar esse tipo de entrada para o comércio”, pontua o Sargento Borges.

alvo recorrente

Rogério explica também que, além da destruição de transformadores para o furto do cobre, a propriedade é vítima recente de vários outros crimes, como o abigeato (subtração de animais).

“Tinha até leitão que criávamos e tivemos que abater todos, porque os caras mais roubavam do que a gente conseguia comer. Vinham e levavam cinco ou seis. Vacas-leiteiras, só no ano passado eles mataram oito, eles abatem, abre o animal, ‘carneia’ para levar embora. Até mesmo vaca com bezerro”, relembra.

Com caso registrado na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Centro, no dia 6 de novembro de 2021, a família Yamazato expõe que foi vítima desse tipo de crime.

Na ocasião, um funcionário da Chácara Ouro Verde observou uma novilha abatida no pasto e ‘carneada’, apresentando sinais de tiro na cabeça.

“Aqui para mudar vai ter que modernizar, colocar câmera para tudo o que é lado, se não, não vai dar. E mesmo se pegar, vai fazer o quê? Ir atrás? Se seguir e pegar um, vem vinte atrás de você. A segurança nossa não tem, você vive com medo”, finaliza Rogério.

Via Correio do Estado MS

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