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Promotor do Paraguai morto em praia investigava casos do PCC em região de fronteira do MS

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Marcelo Pecci morto a tiros disparados por dupla que surfava num jet ski

Marcelo Pecci, de 45 anos de idade, promotor de Justiça do Paraguai, morto assassinado, ontem, numa praia da Colômbia, investigava casos ligados ao PCC, o famigerado grupo do crime no Brasil, com laços fortes na região da fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.

Pecci agiu, inclusive na apuração da morte do jornalista Léo Veras, paraguaio com nacionalidade brasileira.

O crime ocorreu em Pedro Juan Caballero, município paraguaio, separado apenas por uma rua da cidade de Ponta Porã, de MS.

O site de notícias de Veras, divulgava notícias nos idiomas português e espanhol, com frequência, sobre o tráfico de drogas, um dos negócios ligados ao PCC.

O promotor paraguaio estava de férias, havia casado recentemente e curtiu a lua de mel em Baru, ilha paradisíaca colombiana.

Pelo informado pela polícia colombiana, o promotor estava na praia quando foi atingido por tiros disparados por homens que surfavam num jet ski.

A mulher de Marcelo Pecci, que estava ao lado do marido, não se feriu. Os atiradores sumiram depois do ataque e, até esta manhã não haviam sido capturados.

Autoridades paraguaias e do Estados Unidos da América se prontificaram a ajudar os colombianos na apuração das circunstâncias que motivaram o crime.

O promotor era bem conhecido por suas atuações em casos polêmicos, além das investidas contra a organização do PCC, na fronteira. Pecci atuou nas investigações que causaram a prisão de Ronaldinho, astro brasileiro do futebol, em março de 2020.

O ex-atleta foi preso por suposto esquema de fraude em passaporte.

Na morte do jornalista Véras, morto com 12 tiros, dentro da casa, em Pedro Juan, o promotor Marcelo Pecci, que chefiava o Núcleo de Luta contra o Crime Organizado, braço do Ministério Público paraguaio, denunciou Waldemar Pereira Rivas, conhecido como Cachorrão.

Rivas, segundo a investigação de Pecci, teria usado uma caminhonete que pertenceria ao PCC, para seguir com outro homem até a casa do jornalista para matá-lo.

O crime ocorreu em abril de 2020 e Cachorrão foi capturado em maio 2021.

O promotor Pecci atuou também na investigação de um atentado que ocorreu perto de uma boate, em Pedro Juan Caballero, que resultou na morte de duas estudantes brasileiras, uma delas morava em Dourados, em MS, e da filha do governador de Amambay, região paraguaia.

De acordo com investigações tanto de autoridades brasileiras quanto paraguaias, o PCC praticamente domina o crime organizado na fronteira.

Aliados da máfia que foi criada dentro de presídio brasileiro, em 1993, costumam eliminar eventuais concorrentes no tráfico de drogas e armas.

Em junho de 2016, por exemplo, perto de seis anos atrás, um grupo ligado ao PCC, segundo a polícia paraguaia matou o traficante brasileiro Jorge Rafaat Toumani, em Pedro Juan. Rafaat seguia por central da cidade num veículo blindado, mas, ainda assim, foi atingido por tiros saídos de arma capaz de derrubar até avião.

Via Correio do Estado MS

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