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Polícia

Empresa que vendia consórcios ilegais agenciava jovens para atrair compradores pela internet

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Ao todo 10 jovens de 18 a 25 anos trabalhavam para a companhia; Todos estão sendo investigados

A empresa de imóveis, autuada por publicidade enganosa nesta terça-feira (3), utilizava jovens para atrair consumidores pela internet.

Ao todo 10 funcionários de 18 a 25 anos estão sendo investigados por postarem anúncios imobiliários, muitas vezes no próprio perfil pessoal, para atrair clientes para a companhia.

A fiscalização foi feita na ação consulta da Superintendência para a Orientação e Defesa do Consumidor (Procon/MS) e Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI-MS).

A ação apanhou os fraudadores no exato momento em que o grupo fechava mais um golpe.

De acordo com o Creci-MS, muitos jovens são atraídos para empregos parecidos por acreditarem na índole dos representantes das empresas.

“Não podemos afirmar que todos os jovens não sabiam o que estavam fazendo, isso a polícia vai investigar. Mas muitos estão em um primeiro emprego, são ingênuos e acabam até participando de crimes sem saber.”, pontua.

Durante operação, três pessoas foram encaminhadas à delegacia para investigação por associação criminosa e quatro autuadas por exercício ilegal da profissão.

O presidente do Conselho, Eli Rodrigues, ressalta a importância dos jovens estarem atentos a propostas que não correspondam com a ofertada no mercado imobiliário. Ele alerta para que todos não fechem negócios antes de conferir se a pessoa corretora está credenciada no Creci-Ms.

“Mais uma vez a ação conjunta foi produtiva. A nossa intenção não é punir as pessoas, mas sim evitar que a população seja lesada. Reforçamos novamente que ao fazer a aquisição de um imóvel ou qualquer transação imobiliária é preciso verificar se a pessoa é corretora de imóveis e tem inscrição no conselho”, evidencia.

O caso está classificado como estelionato ou fraude. O termo jurídico significa induzir alguém a uma falsa concepção de algo com intuito de obter vantagem ilícita para si ou para outros.

De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP) o estado e Mato Grosso do Sul registrou até o dia 25 de abril, 3.493 denúncias de fraude categorizadas como estelionato, 1.357 apenas na Capital.

A fraude

A corretora de imóveis usava os funcionários para enganar, através de anúncios nas redes socais, possíveis interessados na compra de um imóvel. A companhia oferecia valores especiais de entrada e financiamentos abaixo do valor cobrado no mercado.

Os anúncios eram feitos também pela conta pessoal dos funcionários, o que trazia mais credibilidade ao negócio.

A fraude se instituía no momento em que a vítima comprava o imóvel, com um valor significativo de entrada e negociação do restante. Entretanto, ao adquirir o bem, a corretora abria um consórcio no nome da contratante.

Durante a fiscalização o Creci e Procon-MS flagraram um casal prestes a fechar acordo com a empresa. Eles pagariam R$ 9 mil em dinheiro para dar entrada do imóvel.

O casal foi atraído por um anúncio de uma casa nas redes sociais, mas no local foram informados que seria um financiamento de R$ 200 mil, liberado em até 30 dias mediante a entrada de R$ 9,5 mil. Os dois pagariam o restante em 266 parcelas.

Os agentes fiscalizadores constataram que o estabelecimento não tinha autorização para venda de imóveis, visto concedido pelo Banco Central.

O conselho Regional de Corretores de Imóveis fiscalizou outras empresas do ramo imobiliário, encaminhou duas para delegacia e autuou nove por exercício ilegal da profissão.

Histórico

A empresa recebeu uma notificação do Creci no dia 13 de abril, no pedido ela deveria apresentar os documentos que comprovassem o exercício legal da profissão. A prestação de contas não foi cumprida. No mesmo dia duas pessoas foram presas e soltas após o pagamento da fiança.

13 dias depois, no dia 26 de abril os agentes foram até o local e efetuaram o isolamento do local. Na ocasião, quatro suspeitos foram autuados por exercício ilegal da profissão e três encaminhados à delegacia para investigação de associação criminosa.

Via Correio do Estado MS

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