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Trocas de grupo no poder e narcotráfico provocam ‘faroeste eleitoral’ em MS

Redação

Via Midiamax

As disputas eleitorais em Mato Grosso do Sul não se limitam a queda de braço envolvendo partidos, políticos e ideias. Acirradas e influenciadas por mudanças no cenário estadual como a derrocada do PMDB, as campanhas têm exigido cuidado especial na segurança em pontos distintos do Estado, principalmente na fronteira com o Paraguai;

De uns dez dias para cá, reta final da campanha, nota-se por meio dos boletins de ocorrências policiais que o interesse pelo pleito implica, também, correntes ligadas ao narcotráfico.

Em Ponta Porã, região de fronteira com o Paraguai, circulam desde a manhã deste domingo homens do Exército, Polícia Federal e também o efetivo do DOF (Departamento de Operações Federais).

Em junho deste ano, em Pedro Juan Cabalero, cidade paraguaia, colada ao município sul-mato-grossense, morreu fuzilado Jorge Rafaat Touman, que tinha cidadania brasileira e, segundo a polícia vizinha, chefiada o narcotráfico na região.

Rafaat, como era mais conhecido, tinha forte influência política tanto do lado paraguaio quanto brasileiro, segundo fontes confidenciaram a polícia paraguaia. Desde a morte do narcotraficante ao menos um pessoa morreu assassinada a cada dois dias.

AMEAÇAS

Na região de Coronel Sapucaia, por exemplo, cidade separada por uma rua do município paraguaio, Capitan Bado, onde mais se produz maconha na América Latina, segundo as autoridades brasileiras, os embates eleitorais têm sido resolvidos no braço. E na bala.

Ali – quase 400 quilômetros de Campo Grande – ao invés dos tradicionais fogos em dias de comícios o que se escuta são rajadas de tiros para o alto.

Há casos de agressão física e exibição de armas contra candidatos a prefeitura.

Lá em Coronel Sapucaia, na quarta-feira passada, Rudi Paetzold, candidato a prefeitura pelo PMDB, disse à polícia ter ido a uma aldeia situada ao arredor da cidade, mas não conseguiu entrar.

Ele foi recepcionado por um grupo armado que o agarrou e apontou uma arma dizendo que retornasse logo, do contrário, poderia ser baleado. O peemedebista carregava na mão uma autorização judicial para entrar aldeia, mas ouviu dos agressores: "os juízes somos nós".

O mesmo Rudi, no sábado (1), teria sido atacado pelo que chamou de “capangas” armados. Este caso ocorreu na cidade de Capitan Bado. O candidato seguia de carro e, ao notar que tinha sido cercado, desceu e fez um arriscado desafio: “atira, atira, não tenho medo de vocês”.

 

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