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Capital

Voluntários se unem para espalhar o bem por meio das redes sociais

Redação

[Via Correio do Estado]

Foi pela internet que a funcionária pública Luciana Terra encontrou a forma de fazer o bem envolvendo outras pessoas. Carioca, trouxe do Rio de Janeiro para Campo Grande o projeto Mini Gentilezas e transformou a própria casa e a do filho em pontos de coleta para kits de higiene de hotéis. Xampu, condicionador e sabonete, o que tanta gente descarta ou até traz para casa e não usa, agora tem nova função: devolver dignidade a moradores de rua da Capital.

“Eu vi no Instagram e entrei em contato para ver se já tinha em Campo Grande. Eles fizeram algumas exigências para trazer o projeto para cá”, conta Luciana, 47 anos. A principal delas pedia que a voluntária se associasse a uma entidade que atendesse população de rua. A organização escolhida foi a Caravana do Bem. Depois de receber os produtos, Luciana faz uma triagem para ver o prazo de validade, monta novos kits e repassa para entrega da caravana.

O que levou a servidora pública a se voluntariar foi a vontade de fazer algo por aqueles que geralmente provocam medo e são vítimas do descaso do poder público. “Ninguém está nem aí para eles, e é algo tão simples de se fazer. Quando uma pessoa se hospeda em um hotel, ela já tem este kit, está no valor da diária e, muitas vezes, os hóspedes deixam para trás”, relata. Além de montar kits, Luciana agora procura novos parceiros, comércios que queiram abrir as portas para a solidariedade e facilitar, assim, a recolha das doações.

Pelo projeto, Luciana não precisaria ir até a entrega, mas faz questão de acompanhar e ver a reação de quem recebe. “Teve um rapaz que tirou a dentadura e disse: ‘Olha, como eu estava precisando’. A intenção é devolver dignidade para que a pessoa possa se sentir de novo um ser humano, capaz de recomeçar e acreditar que tem um jeito de sair daquela condição”, resume.

Doula Madrinha

Nos grupos de WhatsApp e pelas redes sociais, a psicóloga e doula Katiuce Rodrigues de Assis, 37 anos, faz um pedido especial às mães: que doem para ela roupinhas de recém-nascido. Dentro de uma banheira, ela monta um pequeno enxoval para bebês que estão para chegar e nada têm para vestir. O projeto foi batizado de Doula Madrinha – doula, pela formação de Katiuce, e madrinha, por se ver como uma espécie de “fada madrinha” de famílias necessitadas.

“Já tenho dois kits para montar. E eu fico muito preocupada, porque são famílias que às vezes não têm condições de ter comida em casa. Como vão se preocupar com enxoval para bebê?”, questiona.
O kit é feito dos itens básicos para atender um recém-nascido: algodão, cotonete, sabonete, pomadinha para assadura, fralda descartável, toalha, mantas, cobertores e roupinhas. “Se alguém estiver passando perto de casa, deixa aqui, mas eu também vou buscar”, completa.

Roupa X alimentos

Em casa, pelos stories do Instagram, é assim que a analista administrativa Karla Martinez toca o Bazar do Bem.

A ideia começou com o anúncio dos próprios sapatos nas redes sociais em troca de quilos de alimentos para famílias carentes. Depois dessa divulgação, amigos passaram a procurá-la para doar roupas e acessórios. “Posto o que tenho e peço em alimentos. Faço questão de que a pessoa mesmo compre e me traga para ela também se sentir parte do processo”, explica.

Antes de fazer a entrega, Karla investiga famílias que realmente necessitem e posta fotos mostrando o destino final da ajuda dos amigos. “Não adianta viver nesse mundo só pensando em si mesmo, temos que ter um propósito”, acredita.

Vestidos de festa

Muito longe dos contos de fadas, o projeto que leva o nome Princesas tem mais a ver com os princípios que o professor de Educação Física Jessé Fragoso Cruz se propõe a trabalhar com estudantes da Escola Estadual Thereza Noronha de Carvalho, da região do Bairro Parque do Lageado.

Com cinco anos de projeto, a principal campanha dele é pela arrecadação de vestidos de festa para as meninas usarem na formatura do curso. As ações são desenvolvidas durante todo o ano, pautadas no empoderamento, para adolescentes de 10 a 17 anos. O projeto faz palestras e, mais recentemente, tem procurado por profissionais que possam ajudar voluntariamente com cursos voltados ao mercado de trabalho. “Podemos dar um minicurso que possa despertar nelas curiosidade, além da questão de ajuda financeira de custeio do projeto”, exemplifica.

Lar sem Frestas

Inspirado num projeto do Rio Grande do Sul, a jornalista Lígia Sabka começou aqui o Lar sem Frestas. A iniciativa é a de recolher caixinhas de leite para proteger da poeira, do frio e da chuva lares insalubres, feitos de madeira e lona em regiões carentes da Capital. Cada casa necessita, em média, de 1,5 mil caixinhas.

Nas redes sociais, o projeto ganhou força e agora vive uma nova etapa: de arrecadar fundos para erguer uma sede por meio de uma vaquinha virtual.

O espaço já foi cedido e servirá para armazenar as doações e receber voluntários para a limpeza, corte e costura das caixinhas. “Como cresceu, eu preciso agora arrumar equipamentos para trabalhar em grande escala”, explica Lígia.

Como ajudar

Os itens de doação devem estar bem higienizados e, principalmente, dentro do prazo de validade. Para ajudar o projeto Mini Gentilezas, o contato pode ser feito pelo número 99980-0393 e pelas páginas do Mini Gentilezas no Facebook e Instagram. Para doar enxoval de bebê, o contato é feito pelo número 99293-8490 e pela página Doula Kati. No Instagram, o Bazar do Bem funciona no perfil de Karla Martinez (@karlynha_martinez); outras informações via WhatsApp: 99170-3809. O projeto Princesas está no Facebook com este mesmo nome, e o contato é: 99242-1324. Para ajudar o Lar sem Frestas, a vaquinha virtual é: http://vaka.me/fe156l; a página no Facebook se chama Lar sem Frestas e o número do WhatsApp é: 99245-1005.

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