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Velocidade é a principal causa de acidentes com mortes na Capital

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Conforme a Agetran, o limite máximo permitido para circulação nas vias de Campo Grande é de 50 km/h

Mais violento em 2022, o trânsito de Campo Grande já foi responsável pela morte de 43 pessoas, de janeiro a 19 de junho deste ano, um crescimento de 22,8% em comparação com as 35 mortes registradas no primeiro semestre de 2021, conforme dados da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran).

Entre as principais causas dos acidentes, o excesso de velocidade é líder no ranking das colisões.

De acordo com a chefe da Educação para o Trânsito da Agetran, Ivanise Rotta, qualquer velocidade praticada na via que seja diferente das que estejam estabelecidas nas placas ou em sinalização vertical é considerada velocidade de perigo, podendo causar um acidente grave ou fatal.

“Quanto aos fatores de risco, em primeiro lugar, nós temos a velocidade; em segundo lugar, o condutor sem habilitação; e, em terceiro, a embriaguez ao volante”, disse.

Conforme Ivanise, uma direção superior a 50 km/h já é considerada velocidade excessiva. “Em toda a cidade de Campo Grande, esta é a velocidade estabelecida como a de segurança, qualquer coisa que acontecer dentro desse limite existe o tempo hábil de frear e desviar, podendo até bater, mas sem matar”, reiterou.

A imprudência atrelada ao descumprimento das regras é responsável ainda pela maior incidência das colisões aos fins de semana. Conforme dados da Agetran, o período de maior registro de acidentes começa a partir das 6h das sextas-feiras.

A concentração dos acidentes aos fins de semana segue nas noites de sábado, das 18h às 23h59min, e aos domingos, das 00h às 5h59min.

MORTES

No ano passado, o mesmo número de 43 óbitos só foi computado no mês de julho. Em um recorte mais preciso, o trânsito na Capital saiu da média de uma morte registrada a cada seis dias para uma vítima do trânsito a cada quatro dias.

Até esta segunda-feira (20), o município contabilizou 5.481 sinistros (acidentes) em 2022, sendo 1.589 com vítimas. No mesmo período de 2021, foram registrados 5.621 sinistros, com 1.553 vítimas.

Em 2020, no início da pandemia de coronavírus, o número de sinistros de janeiro a junho em Campo Grande foi de 4.069, dos quais 1.782 foram com vítimas. No ano anterior, nos primeiros seis meses, o número de acidentes foi de 6.529, sendo 2.497 com vítimas.

Os motociclistas continuam como as maiores vítimas do trânsito. Nos primeiros seis meses de 2022, 30 condutores de motos perderam a vida.

Levando em consideração o balanço de janeiro a junho do ano passado, houve crescimento de 42,8% nos registros de mortes dos condutores de motocicletas, quando 21 pessoas perderam a vida em acidentes no município.

MAIOR INCIDÊNCIA

Conforme a Agetran, os acidentes de trânsito são registrados com maior frequência em Campo Grande nas avenidas Afonso Pena, Guaicurus, Duque de Caxias e das Bandeiras.

De acordo com o especialista em trânsito Carlos Alberto Pereira, por serem vias extensas e que cortam a cidade, esses trechos são proporcionalmente locais de maior incidência das colisões.

Pereira salientou que tanto a Duque de Caxias quanto a Afonso Pena são avenidas extensas classificadas como arteriais, em que o trânsito não é rápido. “Pelo próprio comprimento, os acidentes tendem a ocorrer mais nessas regiões”, explicou.

Conforme o especialista, a Avenida Guaicurus, que é ideal para o tráfego por ser larga, estimula os motoristas a transitar acima da velocidade permitida, o que resulta em mais colisões.

OMISSÃO DE SOCORRO

Outro ponto que agrava os acidentes no trânsito é referente à omissão de socorro entre os envolvidos nas batidas.

Conforme dados do Batalhão de Polícia Militar de Trânsito (BPMTran), de janeiro a 20 de junho de 2021, foram registradas 116 ocorrências de evasão de socorro. No mesmo período deste ano, já foram computados 129 casos, um crescimento de 11,2%.

Entre os casos mais recentes, uma motociclista de 29 anos morreu na tarde de sábado (18), depois de ser atingida por um VW Gol na Avenida Thyrson de Almeida, no Bairro Guanandi II.

A vítima foi identificada como Wildislaine Andrade Galvão e, de acordo com o boletim de ocorrência, o motorista do veículo fugiu do local em alta velocidade, sem prestar socorro.

Previsto no Código Penal (art. 135), o crime de omissão de socorro ocorre quando o indivíduo deixa de prestar assistência – quando for possível fazê-lo sem que a própria pessoa exponha-se ao risco – “à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública”.

A pena prevista é de detenção de um a seis meses ou multa, podendo ser aumentada na metade, caso a omissão resulte em lesão corporal grave, e triplicada no caso de morte.

SAIBA

Na contramão de 2022, nos últimos 10 anos houve uma redução de 42,27% no número de vítimas no trânsito de Campo Grande, com 132 mortes registradas em 2011 e 75 em 2021.

Via Correio do Estado MS

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