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Saúde

Vacina chinesa contra o coronavírus começa a ser testada em humanos no dia 20

Redação

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), informou que os testes da vacina contra o novo coronavírus, a Coronavac – em desenvolvimento pelo Instituto Butantan em parceria com a chinesa Sinovac -, têm início a partir do dia 20 de julho. Na última sexta-feira, 3, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a fase de testes clínicos.

Segundo o governador, na próxima segunda-feira, 13, estarão abertas as inscrições para selecionar os 9 mil profissionais voluntários da Saúde que participarão dos testes a serem realizados em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Paraná e Rio Grande do Sul.

A vacina foi criada pelo laboratório chinês Sinovac Biotech e é vista pelo diretor do Butantã, Dimas Covas, como “uma das mais promissoras” entre as testadas no mundo. Segundo ele, se os resultados forem positivos, o objetivo é começar a vacinação em “meados” de 2021.

"Se a vacinação se mostrar eficiente, nós vamos ter a disponibilidade da vacina imediatamente. Sessenta milhões de doses estão reservadas para o Brasil, que será suficiente para cobrir as necessidades já previstas. O Ministério da Saúde estabelecerá os critérios nacionais de aplicação da vacina", apontou.

O imunizante é produzido a partir de cepas inativadas do novo coronavírus. No Brasil, será testado por 12 centros de pesquisa dos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná, além do Distrito Federal. Para verificar a eficiência, parte dos voluntários receberá um placebo. Ele será testado exclusivamente em 9 mil voluntários que trabalham na área de saúde, os quais poderão se inscrever a partir de 13 de julho por um aplicativo.

"Tanto a fase 1 quanto a fase 2, foram realizadas com voluntários chineses. Agora toda essa documentação gerada na China foi encaminhada para o Brasil, para a Anvisa. Esses dados estão disponíveis na Anvisa, estão registrados e mostram esses dados que eu apresentei. Após 14 dias, 90% das pessoas desenvolveram proteção", afirmou Covas.

"Profissionais de saúde serão incluídos trabalhando no atendimento a pacientes de covid-19, porque esses profissionais são os que estão mais expostos. É necessário ter mais de 18 anos, sem estar infectado ou ter tido infectado pelo novo coronavírus", justificou.

O custo da testagem é estimado em R$ 85 milhões e prevê a transferência de tecnologia para que a vacina chinesa possa ser produzida no Brasil. "A partir de setembro deste ano, estarão disponível doses em um volume muito grande, em torno de 100 milhões de doses. Essa fábrica da Sinovac terá capacidade de produzir, até o final do ano, 300 a 500 milhões de doses", disse Covas.

"Espero que, antes de outubro, a gente termine a inclusão dos 9 mil voluntários. Com isso, poderemos ter uma análise preliminar dos resultados ainda nesse ano, o que levará ao uso da vacina já em meados do ano que vem", completou. Além das doses que serão fornecidas pela empresa chinesa, o Butantã está adaptando uma fábrica para a produção da vacina.

Na capital paulista, os centros de pesquisa que participarão das testagens são o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, o Instituto de Infectologia Emílio Ribas e o Hospital Israelita Albert Einstein. Ainda no estado de São Paulo participarão a Universidade Municipal de São Caetano do Sul, o Hospital das Clínicas da Unicamp (Campinas), a Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e o Centro de Saúde Escola da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto.

As pesquisas serão realizadas, ainda, na Universidade de Brasília (UnB), no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro, no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no Hospital São Lucas da PUC-RS, em Porto Alegre, e no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Via Correio do Estado

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