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Um projeto do coração de muitos

Redação

Um coração movido em solidariedade pode reunir milhares em prol de uma causa do bem. Prova disso, é a Fraternidade sem Fronteiras, um movimento de amor que surgiu em Campo Grande/MS, fruto do chamado do coração de Wagner Moura.

Moçambique, Madagascar, Roraima, Campo Grande, Paraíba e sertão da Bahia: todos os projetos da Fraternidade e os apoiados pela ONG estão distribuídos nessas regiões. A essência do trabalho realizado pela organização não governamental está no desenvolvimento de projetos humanitários. A corrente se movimenta e cresce porque corações abraçam a causa e apadrinham os projetos, levando adiante a iniciativa que hoje já acolhe 15 mil pessoas.

“Antes eu não tinha perspectiva alguma do que é a vida realmente. No começo não sabia qual meu destino. Tudo na época parecia tão escuro. Trabalhava na roça ganhando 50 Meticais de Moçambique [aproximadamente R$2,50] por dia para poder ir à escola, por que sem mãe ou pai acabamos indo no caminho errado”, conta Luis Amorse, um dos primeiros acolhidos pela Fraternidade sem Fronteiras em Moçambique, no ano de 2010.

Luis que hoje cursa Biologia entrou para a Fraternidade sem Fronteiras com 11 anos. Em Moçambique, país onde a FSF começou seu trabalho, a ONG mantém 29 centros de acolhimento onde crianças, mulheres, homens e idosos se alimentam, estudam, trabalham, produzem, tem acesso a higiene pessoal e a saúde. No país africano é muito alto o índice de crianças órfãs de pais mortos pelo HIV, a seca é severa e cerca de 1 milhão de pessoas passam fome e sede.

Desde 2017, a Fraternidade sem Fronteiras tem atuado também em Madagascar, um dos países mais pobres do mundo. Famílias sofrem com a fome e a sede constante, a desnutrição severa e a falta de higiene ocasionam doenças como teníase, bicho de pé e tantas outras. Agora, com dois centros de acolhimento por lá, a ONG inaugurou a Cidade da Fraternidade, um local com 100 casas que abrigarão famílias que vivem na extrema pobreza. No espaço haverá também horta, escola e espaço para a idealização de outros projetos. A Cidade da Fraternidade é uma iniciativa para trazer segurança e qualidade de vida a essas famílias que antes viviam em situações precárias.

Aqui no Brasil, a FSF acolhe em Roraima, Boa Vista, os refugiados venezuelanos, que para fugir da crise humanitária em seu país, entram, todos os dias, no Brasil pela fronteira com o estado. Por lá, construiu um centro de acolhimento para receber essas famílias e dar todo o suporte físico e emocional. O projeto foi tão abraçado pelos padrinhos da Fraternidade sem Fronteiras que já entrou em uma nova fase: voluntários realizam ações em prol da causa para ajudar venezuelanos a arrumarem empregos, se estabilizarem e trazerem suas famílias para viverem um novo tempo no Brasil.

Na Paraíba, apoiam o tratamento de crianças com microcefalia, em Campina Grande, numa parceria com o Instituto de Pesquisa Professor João Amorim Neto. Em Campo Grande/MS, mantém o projeto Orquestra Filarmônica Jovem Emmanuel, que proporciona o ensino de música a jovens da periferia, e ajudam a Clínica da Alma, dedicada ao tratamento de dependentes químicos. E neste mês de julho, inauguram o Fraternidade na Rua, um projeto também em parceria com a clinica da Alma que visa tirar esses dependentes das ruas de Campo Grande/MS, oferecendo tratamento e reintegração a sociedade depois de recuperados.

A Fraternidade sem Fronteiras surgiu através do chamado do coração de um homem, mas hoje é o chamado do coração de muitas pessoas que se sentem tocadas pelo projeto e por sua magnitude. Africanos, venezuelanos, brasileiros e quem mais for preciso, todos unidos com o objetivo de um mundo mais justo e sem fome. Todos unidos pelo propósito do amor maior, do amor que cura, que rompe barreiras ideológicas e geográficas, do amor que toca e que se doa em prol daquele que nunca se viu.
Que essa corrente do bem cresça e que ela te alcance!

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