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Técnica antiga, a aromaterapia retornou durante a pandemia com novos formatos e uso de difusores

Redação
Os óleos essenciais existem há muitos anos, mas têm sido ressignificados com a pandemia do coronavírus

Durante a pandemia da Covid-19, um movimento natural foi a busca por alternativas de tratamento para a ansiedade, a insônia e outros sintomas comuns do período estressante.

Nesse nicho tem crescido a procura pela aromaterapia, ou seja, o uso de aromas para a melhora do bem-estar, impulsionado também pela chegada de difusores cada vez mais decorativos no mercado, além de novas formas de usar o produto, com os inaladores individuais.

De acordo com a farmacêutica Flávia França, os aromas são capazes de auxiliar na melhora do estado psicológico e emocional da pessoa.

“Quando estamos no balcão da farmácia, ouvimos com frequência de nossos clientes sobre a tensão que esse momento tem trazido, dificuldades para dormir, ter momentos de tranquilidade e equilibrar as emoções como um todo”, relata.

Flávia atua ao lado de Ana Dauria Moreira na criação de uma linha de tratamento voltada para a aromaterapia e percebeu que nos últimos tempos a procura pelos produtos naturais e menos agressivos cresceu.

Descrédito

Segundo Flávia, nem todo mundo acredita nos benefícios de uma terapia alternativa, e inclusive entre os farmacêuticos há desconfiança.

“A procura depois que a gente fez uma consultoria com a Ana Dauria foi muito grande, principalmente porque nós, que somos farmacêuticos, não costumamos dar muito crédito para a parte natural. E estou falando por mim, porque eu fiz o uso não só comigo, mas com meus filhos, que sofriam com a insônia, e hoje a gente não fica sem os aromas. As pessoas têm buscado e o resultado é excelente”, frisa.

Na lista de aromas tem de tudo, inclusive tratamentos que auxiliam no controle da menopausa, da tensão pré-menstrual, da insônia e da libido. Segundo Flávia, é por meio da inalação de aromas que nosso cérebro recebe estímulos importantes para promover a saúde física, mental e o bem-estar.

“A partir do momento que você inala a essência do óleo essencial, ele passa pelos bulbos olfativos, percorrendo por sinapse e chegando até o cérebro, onde tem um órgão chamado hipófise. Lá na hipófise é feita essa captação por receptores que a gente chama de receptores exógenos – querendo ou não, tudo que a gente coloca para dentro do nosso corpo são receptores exógenos –, o organismo tem os receptores, faz a captação dessa molécula e leva até os órgãos onde quer que atue, se for para dor de cabeça ou dor de estômago, por exemplo”, explica

Segundo Flávia, existem estudos científicos falando sobre os benefícios do aroma para o organismo. “O aroma é muito evocativo, a partir do momento que você entra em contato com o cheiro ou ele vai te dar a sensação de bem-estar ou de repulsa, fazendo mal ou até te dando uma ânsia”, pontua.

Para a professora Daiane Jadna Curan de Almeida, 30 anos, a aromaterapia fez efeito. “Eu comecei a usar a aromaterapia em janeiro deste ano. Conheci por um amigo farmacêutico. Quem começou primeiro foi meu esposo, ele viajava muito, tinha problema com sono, se alimentava mal, dormia mal e tinha ansiedade. Fez bem para ele”, esclarece.

Após ver a melhora do marido, Daiane realizou uma consulta e começou com o tratamento também. “Primeiro que você faz uma espécie de consulta, você conversa, tem uma sessão de terapia, fala da sua vida, das dificuldades”, conta.

Daiane não tem um difusor, porque cada óleo é utilizado de uma forma.

“O hidrolato de gerânio eu espirro na boca, o de cipreste eu passo no coração, alguns eu inalo. Cada tipo tem uma função e se usa de um jeito. É importante ressaltar que o mesmo que ela receitou para mim e para o meu modo de usar nem sempre é o ideal para você. Não é uma coisa universal, como um medicamento comum. É uma coisa bem pessoal e bem específica”, frisa.

Via Correio do Estado

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