[Via Correio do Estado]

Ônibus lotados, falta de ar condicionado ou climatizador e até mesmo conduta de alguns motoristas são os principais pontos destacados pelos usuários do transporte público de Campo Grande e que vão para pesquisa realizada pela prefeitura e Consórcio Guaicurus para medir qualidade do transporte público e hábitos de locomoção da população oferecidos na Capital.

O Correio do Estado entrevistou usuários que utilizam do transporte todos os dias e a resposta foi unânime em todos os entrevistados: o maior problema- que na visão dos usuários precisa ser resolvido logo-  é a superlotação dos ônibus e que expectativa é que a pesquisa oficial se colocada em prática dê um jeito nos pontos críticos do transporte.

Conforme divulgado pela reportagem ontem (5), equipes da prefeitura e consórcio estarão nos sete terminais e duas estações de embarque, em períodos alternados, das 5 horas à meia-noite com 48 pesquisadores coletando dados como irá abordar hábitos de locomoção, período em que utiliza o transporte público, linhas e horários dos ônibus em que viaja, origem e destino, dentre outras questões.

Graciela Acosta, de 47 anos, utiliza o transporte coletivo há 15 anos e tem experiência nos terminais da cidade. “O problema são os horários de pico, tem pouco ônibus sim, é muita gente, eu acho que deveria colocar mais ônibus e o calor dentro dos ônibus é insuportável principalmente a tarde, se tivesse mais ônibus iria distribuir melhor as pessoas e não ficaria tão quente como é hoje. Eles dizem que chegaram mais ônibus, mas continua a mesma coisa, agora se essa pesquisa for feita mesmo, é preciso colocar em prática, não adianta fazer todo esse levantamento e deixar em cima da mesa”, contou a passageira.

Graciela Acosta utiliza o transporte há 15 anos. 

O trabalho de campo pode avançar até dezembro, se for necessário, mas deve ser concluído antes do início das férias escolares. Os resultados serão utilizados como base para a promoção de melhorias no transporte e em outras ações.

O vendedor Lucas Tavares, de 22 anos, acredita que ouvir a população é a melhor forma para procurar soluções. Na visão dele, assim como em todos os entrevistados, a falta dos ônibus é o problema número um a ser resolvido. “Precisa colocar mais ônibus, tem tanta gente que as pessoas se empurram para entrar e tem gente que não consegue e fica do lado de fora, eu cansei de perder o ônibus, já vi vários acidentes no embarque, então acredito que se tiver uma pesquisa mesmo vai melhorar a situação, principalmente se for por meio de aplicativo”, explicou Lucas.

Para o aposentado Joel Focas, 70 anos, vários fatores estão deixando os passageiros descontentes e que pesquisa pode resolver se for bem elaborada. “Uma pesquisa dessa se colocada em prática pode resolver, ou colocar mais empresas na concorrência né? Os problemas são muitos, além de ser muito lotado, os motoristas não param em frente ao ponto, e a gente precisa andar alguns metros, até mesmo correr, outra coisa, cadê os ônibus com ar condicionado? Não tem cobertura nas laterais dos terminais, acredito que se a pesquisa for atender essas demandas, a população vai ficar satisfeita”, contou o aposentado.

Frota nova foi entregue no mês passado.

ÔNIBUS NOVOS
Mesmo a população reclamando sobre a superlotação, no mês passado, o Consórcio Guaicurus colocou em circulação 30 ônibus novos. Ao todo serão 55 carros, que irão repor os 47 que estavam vencidos. Conforme a empresa, os outros ônibus faltantes devem chegar ao longo de novembro.

O Consórcio Guaicurus, responsável por 20 anos pela administração do transporte coletivo da Capital, foi o vencedor da licitação realizada em 2012, com valor de outorga de concessão de R$ 20 milhões, sendo R$ 8,75 milhões maior do que o disponibilizado pela paranaense Auto Viação Redentor.

Sobre os ônibus com ar condicionado, a prefeitura e o Consórcio já divulgaram que  estão em negociação para contratar mais ônibus e destes 34 novos ônibus com ar condicionado, mas ainda não houve nenhuma confirmação do contrato para inclusão com ar condicionado.

O Correio do Estado entrou em contato com o diretor presidente do Consórcio Guaicurus- empresa responsável pelos ônibus da cidade- em relação aos pontos citados pelos usuários do transporte público, mas não houve resposta.