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Sepultamento do promotor Marcelo Pecci será neste sábado; brasileiros são investigados pelo crime

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Será velado e sepultado no sábado (14) o promotor Marcelo Pecci, que foi assassinado a tiros em uma praia particular na Colômbia na última terça-feira (10).

De acordo com a imprensa local, o corpo está sendo translado do Aeroporto Internacional Rafael Núñez, em Cartagena (Colômbia), para o Paraguai e deve chegar durante a madrugada. Os detalhes do sepultamento ainda não foram divulgados pelos familiares.

Em carta divulgada à imprensa, a viúva do promotor Marcelo Pecci, jornalista Claudia Aguilera, pediu para que as pessoas respeitem “esse momento de dor” pelo qual a família está passando. Ela ainda ressaltou que o luto não é apenas dela, e nem mesmo de sua família, mas sim de todo o povo paraguaio e muitos outros países ao redor do mundo. Por fim, destaca que não fará entrevistas sobre o assunto no momento.

Sepultamento do promotor Marcelo Pecci será neste sábado; brasileiros são investigados pelo crime

Para esta sexta-feira (113) acontece uma marcha convocada pela Associação de Agentes Fiscais do Paraguai em homenagem ao promotor e também em forma de protesto por melhores condições de trabalho para quem atua contra as organizações criminais.

Em entrevista para a Rádio Monumental, a promotora Belinda Bodadilla, vice-presidente da Associação de Promotores, ressaltou que o momento é de luto, mas também de deixar claro para as autoridades do Governo Federal que a morte Marcelo Pecci não fique impune e represente um marco em relação aos procedimentos a serem adotados a partir de agora.

‘Cachorrão’ é um dos suspeitos

Durante os últimos dias, o Governo do Paraguai promoveu uma série de investigações para tentar decobrir quem foi o mandante do crime. Várias operações foram realizadas dentro dos maiores presídios do país, especialmente em celas onde estão abrigados traficantes ligados com facções organizadas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), que atua na região de fronteira com o Brasil, em Mato Grosso do Sul e no Paraná.

Um dos alvos na ação foi o traficante brasileiro Waldemar Pereira, conhecido pelo apelido de “Cachorrão”, que está preso sob acusação de ligação com o assassinato do jornalista Lourenço Veras, o Léo, ocorrido em fevereiro de 2020 em Pedro Juan Caballero, cidade separada por uma rua de Ponta Porã.

O bandido é ainda apontado como um dos líderes locais do PCC e atualmente está na Agrupación Especializada, sede de grupo de elite da polícia paraguaia e usada como presídio para abrigar bandidos famosos.

Na quinta-feira (12), investigadores apreenderam diversos celulares e outros equipamentos eletrônicos dentro de celas de traficantes. O intuito da ação é encontrar pistas para desvendar a morte de Marcelo Pecci.

A suspeita do envolvimento de ‘Cachorrão’ acontece pelo fato dele ter sido investigado pelo promotor Pecci no crime da morte de Léo Veras, que acusou o traficante como sendo o responsável pela execução.

“Cachorrão” foi preso em maio de 2020, após se envolver em acidente de trânsito perto de barreira policial na Ruta 5, rodovia que liga Pedro Juan Caballero a Concepción.

De acordocom o coordenador do grupo para segurança de jornalistas do Paraguai, José Pepe Costa, em entrevista ao jornal paraguaio Diário Hoy, o julgamento de “Cachorrão” pelo assassinato de Léo Veras vem sendo adiado inexplicavelmente desde o ano passado. Atualmente, está marcado para o fim deste mês.

Na conclusão da investigação liderada por Marcelo Pecci, ‘Cachorrão’ teria sido um dos pistoleiros que invadiram a casa de Léo Veras e o mataram com 15 tiros de pistola 9 milímetros. Na ocasião, p jornalista jantava com a família e até tentou correr ao ver a invasão do imóvel, mas foi morto no quintal.[

Além deste, outro nome investigado pela polícia do Paraguai como supostamente envolvido na morte do promotor é o do brasileiro de origem libanesa Kassem Mohamad Hijazi, também apontado como um dos chefes do PCC naquele país.

Ele está em processo de extradição para os Estados Unidos, onde é procurado por crimes relacionados à lavagem de dinheiro para o financiamento do terrorismo.

Kassem foi preso em Ciudad del Este, em uma ação que contou com apoio do promotor Pecci, segundo os agentes da Polícia Nacional e também do Ministério Público.

O crime

Marcelo Pecci foi morto durante  lua de mel na praia privada do hotel Decamerón, na província de Barú, em Cartagena das Índias, na costa caribenha da Colômbia. Ele estava com a esposa, a jornalista Claudia Aguilera, com quem tinha se casado no dia 30 de abril. No dia em que foi morto, a esposa anunciou que estava grávida dele em uma publicação nas redes sociais.

De acordo com a atualização do caso, o assassinato do promotor aconteceu no momento em que o casal recolha seus pertences para deixar a praia e voltar ao hotel. Dois homens em um jet-ski se aproximaram dele e um passageiro efetuou os disparos de calíbre 9 mm contra Marcelo, que morreu na hora.

Pecci foi atingido por três tiros, que acertaram no rosto e dois no peito. A ação durou menos de 15 minutos. A polícia colombiana informou que um terceiro envolvido, que seria o “olheiro” dos pistoleiros, monitorava os passos do promotor no hotel. Até agora não há pista dos assassinos. O corpo de Marcelo Pecci deve chegar sábado (14) ao Paraguai.

Via Enfoque MS

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