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Rússia vai parar de levar americanos para o espaço em 2019

Redação

[Via Correio do Estado]

O governo russo não deverá renovar o contrato para o transporte de astronautas norte-americanos para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla inglesa) a partir do ano que vem, forçando os EUA a achar uma alternativa viável para a tarefa.

A medida é mais um ponto de atrito entre os dois países. Desde a anexação da Crimeia da Ucrânia, ocorrida em 2014, o governo de Vladimir Putin vem sofrendo sucessivas sanções por parte de países ocidentais, EUA à frente. A cooperação na área espacial era uma das poucas não afetadas até aqui.

Segundo a agência Interfax, o vice-premiê russo Iuri Borisov afirmou que "o pouso de uma nave Soiuz MS em abril [de 2019] vai completar o cumprimento de nossas obrigações sob contrato com a Nasa", referindo-se à agência espacial americana.

Desde que os ônibus espaciais foram aposentados em 2011, na esteira da destruição da Columbia durante a reentrada em 2003, o transporte de pessoas para a ISS é feito pelas menos tecnológicas e mais confiáveis naves da família Soiuz (União, em russo, em referência à sua origem soviética durante a corrida espacial da Guerra Fria).

A Rússia está testando agora uma nova geração de naves, que deverá voar em modo automático em 2024.

Até lá, o modelo MS, o atual, será utilizado. A ISS, em órbita desde 1998, tem hoje dois russos, um alemão, dois americanos e uma americana em sua 56ª tripulação. Participam dela 17 países -o Brasil deixou o projeto por falta de recursos.

Hoje, cargas são enviadas para a estação espacial nos foguetes americanos Falcon 9, da empresa privada SpaceX, do bilionário Elon Musk. Ele está desenvolvendo um módulo de transporte de astronautas para ser levado pelo foguete, que tem teste tripulado previsto para o ano que vem.

A decisão russa, se não for apenas um anúncio para pressionar os americanos, poderá precipitar o desenvolvimento da espaçonave, o que pode ser uma boa notícia para Musk.

O bilionário está passando por um inferno astral devido aos problemas de produção de seus carros elétricos da marca Tesla e do desastrado anúncio, depois cancelado, de que poderia recomprar todas as ações de sua companhia e a fechar ao mercado.

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