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Saúde

Para melhorar saúde, aposta é em parcerias público-privadas

Redação

[Via Correio do Estado]

Para viabilizar projetos na área da saúde, que sofre com problemas como falta de pessoal, infraestrutura deficitária e filas intermináveis até para uma simples consulta, a Prefeitura de Campo Grande busca parceiros na iniciativa privada.

A intenção do município é agilizar procedimentos, evitando a burocracia de uma licitação. “Existem interessados em fazer parcerias público-privadas [PPPs]. Temos dificuldades para promover licitações, porque muitas vezes a prestação de serviço não é tão boa”, argumentou o secretário municipal de Saúde (Sesau), José Mauro de Castro Filho.

“DAY CLINIC”

O projeto de um hospital  nos moldes de “day clinic”, no bairro Moreninha II (veja galeria abaixo), deve contemplar uma PPP para ativar a unidade. A previsão é de que o novo hospital público seja entregue até o fim do primeiro semestre de 2020, aumentando a capacidade de 12 para 23 leitos. “Provavelmente faremos uma parceria com alguma universidade, que vai assumir a obra e, em contrapartida, levar seus alunos para formar profissionais”, explicou Filho.

Com capacidade para fazer aproximadamente 50 cirurgias eletivas por dia, a unidade deve custar R$ 5,5 milhões, sem contar os equipamentos, conforme noticiou o Correio do Estado em agosto deste ano. A unidade das Moreninhas poderá atender os casos mais simples, como cirurgias de vesícula, apendicite, trauma ortopédico leve e eletivo, ginecologia e pediatria. Funcionando em sistema de internação em  um único dia, o hospital terá três salas de cirurgia, com possibilidade de fazer um procedimento por hora.

DENÚNCIAS

Em abril, o Correio do Estado começou a mostrar a situação de abandono do prédio da antiga maternidade, alvo constante de vandalismo e furtos. Os moradores denunciaram a fragilidade do local, que, sem nenhum tipo de segurança, tornou-se alvo de ladrões, abrigo para pessoas em situação de rua e usuários de droga e também depósito de itens furtados.

No período em que funcionou – antes de ser fechado e ficar abandonado –, o local teve graves problemas, com risco para a saúde das mulheres e também dos bebês que lá nasceram, entre abril e dezembro de 2016. Mas o centro cirúrgico só foi definitivamente fechado em dezembro daquele ano, oito meses após a Vigilância Sanitária de Mato Grosso do Sul, órgão da Secretaria de Estado de Saúde (SES), emitir a primeira notificação de risco sanitário gravíssimo.

Enquanto a nova unidade não fica pronta, Castro Filho disse que tenta contratar leitos de um hospital privado. “Estamos tentando contratualizar 65 leitos do Hospital [Adventista] do Pênfigo para a realização de cirurgias eletivas”, destaca.

Além disso, o município já se prepara para aplicar a lei que criou o Programa Adote a Saúde. Antes da sanção, na semana passada, o secretário já negociava com o frigorífico JBS para reformar algumas unidades de saúde, no mesmo modelo do programa da prefeitura.

“As unidades não precisam de pequenas obras, precisam de reformas praticamente do teto ao piso. Temos empresários com interesse em ajudar, mas a prefeitura até então não tinha como receber, por uma questão de transparência”, afirmou.

“Essa empresa tem um modelo de hospital, então já há várias unidades no País com a mesma planta, inclusive a de Cuiabá. Eles vieram aqui e nos apresentaram o portfólio. A vantagem é que esse projeto já funciona”, finalizou.

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