“MS é o estado que primeiro vai vencer a pandemia”, afirma titular da Seinfra e presidente do Prosseguir, Eduardo Riedel, em entrevista à Agência Sebrae de Notícias

Com 90% da população vacinável acima de 18 anos com pelo menos uma dose de vacina contra a Covid-19, segundo último levantamento do governo estadual, Mato Grosso do Sul é um dos estados que mais vacinou no País. O avanço da imunização dá segurança e permite aos pequenos negócios a retomada de seu funcionamento, após os impactos da pandemia. Além deste contexto, obras públicas e atração de grandes investimentos têm propiciado um ambiente de negócios mais favorável para quem deseja empreender.

Para detalhar as medidas adotadas em MS que favorecem a retomada da economia, o quadro Entrevista do Mês da Agência Sebrae de Notícias conversou com o secretário de Estado de Infraestrutura, Eduardo Riedel. Ele já foi presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae/MS, entidade que hoje é conselheiro, e atualmente é o presidente do Comitê Gestor do Prosseguir – Programa de Saúde e Segurança na Economia, que norteia os agentes públicos no combate à propagação da Covid-19 no estado. Confira:

Por que temos ouvido que MS será um dos primeiros estados do País a “sair” da crise econômica advinda da pandemia de coronavírus?

Desde o começo da pandemia, que pegou todo mundo de surpresa, nossa prioridade sempre foi salvar vidas, tomando as medidas necessárias para contenção do vírus. Diante disso, começamos uma verdadeira corrida para a compra de equipamento de proteção individual para a saúde, implantação de leitos de UTI, reformas e adaptações dos hospitais em todo o Estado e, o quanto antes, a aquisição de vacinas.

Imaginem o que teria sido enfrentar essa pandemia, sem o nosso sistema de saúde regionalizado? Conseguimos oferecer atendimento qualificado em todos os polos de saúde do estado e em cada município.

Além disso, o grande desafio foi conseguir equilibrar a balança – salvar vidas e manter a nossa economia funcionando. Assim nasceu o Programa Prosseguir, baseado na ciência, que fornece subsídios para o gestor público municipal tomar as decisões mais corretas e assertivas em relação à pandemia.

Como presidente do Comitê do Prosseguir, tomamos as decisões necessárias na fase mais crítica da doença. E depois, assumi a missão de ouvir todos os setores afetados pela pandemia para entender os problemas, as perdas e assim identificar as melhores medidas a serem adotadas para a nossa retomada econômica.

Após este processo, liberamos o pacote de aproximadamente R$ 800 milhões para serem aplicados para apoio e recuperação dessas empresas.

Esse conjunto é o resultado de muita discussão, de entender profundamente os efeitos da pandemia, complexa por natureza, com consequências na área social e econômica.

A primeira injeção, por exemplo, foi o cartão Mais Social, de R$ 200, que beneficiará mais de 100 mil famílias. Como a economia é uma roda, quando você coloca um valor na mão de uma família que está sem renda, mesmo que seja uma renda mínima, essa pessoa vai buscar o básico, como alimentação, higiene pessoal e isso gira o mercado, a economia de modo geral. Com isso, todo mundo começa a reaquecer suas atividades e gerar empregos, às vezes para essa pessoa que antes comprou em um mercado de bairro. É assim que funciona e este esforço cumpre um importante papel social, em relação às famílias mais vulneráveis do nosso estado.

Segundo divulgado pelo Governo do Estado, temos o maior índice de investimentos estaduais por habitante, com obras em todos os municípios. O que propiciou isso? Como esses investimentos e essa infraestrutura auxiliam na retomada da economia?

De forma muito consciente e direta, podemos dizer que fizemos o dever de casa, reduzimos custos, enxugamos a máquina pública, tomamos decisões difíceis e necessárias, como a reforma administrativa, modernizamos processos, elevamos a transparência e estancamos desperdícios.

Com mais credibilidade e confiança, atraímos investimento privado, diversificamos a nossa economia e geramos mais emprego e renda.

O investimento público tem sido fundamental para gerar essa competitividade. Somos hoje, no país, o estado que mais devolve, em forma de obras e serviços, o que arrecada com impostos.

Só com o Governo Presente, iniciativa que ouve dos gestores municipais as principais demandas de população de cada cidade -, vamos alocar mais R$ 4 bilhões em obras de infraestrutura. Essas obras são mais do que estradas: se transformam em qualidade de vida, segurança, oportunidades e empregos.

Estamos em um momento de atração de grandes investimentos, a exemplo da instalação da fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo. Neste sentido, quais são as principais oportunidades existentes hoje para a economia/população? E como o pequeno empresário pode se apropriar desse momento?

Estamos falando de uma fábrica que vai mudar a realidade de Ribas do Rio Pardo e, consequentemente, de todo o Estado. A expectativa de investimento de R$ 14,7 bilhões e geração de 10 mil empregos, neste momento o maior investimento de uma empresa no país. Se pensarmos que a cidade, atualmente, possui 25 mil habitantes, estamos falando de uma mudança de ritmo que influencia todos os setores.

Então é compreensível o sentimento de otimismo que gira em torno de quem vive na cidade e próximo a ela. Dentro deste cenário, é importante que o empresário de pequeno porte se adapte e se qualifique a essa realidade nova que se inicia na cidade e nos arredores. Tenho certeza que haverá muita oportunidade de empregos e indireta de novos negócios e serviços, em função do empreendimento.

Qual a sua perspectiva futura para a economia de Mato Grosso do Sul?

Especialistas econômicos acreditam que vamos crescer cerca de 6% no próximo ano. E isso em plena fase do que esperamos ser a pós-pandemia. Então, precisamos ser realistas, mas ao mesmo tempo acreditar que o pior já passou.

Temos um agro forte e que sustenta nossa economia, mas já não somos apenas o binômio boi-soja. A diversificação já é uma realidade. Empresas de diversos setores estão vindo implantar suas bases aqui, justamente porque há ambiente qualificado para o crescimento.

As pessoas, às vezes, ainda não perceberam: é um novo Mato Grosso do Sul – o estado que primeiro vai vencer a pandemia; o primeiro a universalizar saneamento básico e oferta de 100% de energia.

Até o ano que vem completaremos a regionalização da saúde e a rede de mais de 100 escolas em tempo integral. Serão mais de 1000 quilômetros de novas estradas. Ou seja, é uma verdadeira mudança de patamar.

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Eduardo Riedel é secretário de Estado de Infraestrutura e atualmente, presidente do Comitê Gestor do Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança na Economia). É Bacharel em Ciências Biológicas pela UFRJ, mestre em Zootecnia pela Unesp e possui ainda MBA em Gestão Empresarial pela Escola de Pós-Graduação em Economia da FGV e em Gestão Estratégica pelo Instituto Francês INSEAD. Entre 2011 e 2014, foi presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae/MS, entidade que hoje é conselheiro.

Via Sebrae/MS