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Educação

Manifestação deixa 112 escolas sem aula na Capital

Redação

[Via Correio do Estado]

Campo Grande amanheceu nesta terça-feira (13) com 76 escolas municipais e 36 unidades de educação infantil com as atividades paralisadas por conta da greve promovida por professores em todo o Brasil como forma de protesto contra o que chamam de cortes na educação promovidos pelo Ministério da Educação, sob responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

No total, apenas 85 unidades municipais de ensino funcionam sem nenhum tipo de problema.

De acordo com o presidente da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), Jaime Teixeira, a paralisação que acontece em duas vertentes. "Essa paralisação em nível nacional tem dois pontos de luta, nós não desistimos de lutar contra a Reforma da Previdência também no Senado, nós entendemos que alguns pontos podem ser mudados no Senado então a classe trabalhadora vai continuar pressionando os senadores para que não aceite integral o que foi aprovado e aceite os pontos apresentados da oposição. O outro ponto que intensificou em nível nacional foi o R$ 7,5 bilhões que o Bolsonaro cortou desde a educação básica a universidade. Os trabalhadores vão continuar lutando por um país mais democrático e justo", disse o presidente da federação.

Professora há 20 anos na Reme, Dulcinéia Malta, de 42 anos, acredita que a luta é para não tirar o que a categoria já consquistou. "Sou a favor da paralisação, a gente precisa lutar, estão querendo tirar da gente o que já consquistamos, dizem que está na lei, mas eles conseguem burlar a lei, a gente não paralisou porque não gosta de trabalhar, paralisamos em busca de qualidade no ensino", disse a professora.

Por meio de nota ao Correio do Estado, a Pasta, sob responsabilidade do prefeito Marcos Trad (PSD), informou que "as unidades que suspenderam as aulas já comunicaram o dia em que a reposição será feita. Cada unidade estabeleceu seu próprio dia."

Não foi revelado o número de alunos atingidos com a paralisação. No total, a rede municipal atende 101 mil crianças e jovens.

Questionada, a Secretaria de Estado da Educação não respondeu a reportagem até a publicação desta reportagem.

A manifestação dos professores acontece desde a manhã. Um grupo de cerca de 1.000 pessoas, segundo informações da Polícia Militar, se reuniu em frente ao Paço Municipal e seguiu a pé pela Avenida Afonso Pena até a Praça Ary Coelho, onde se concentram.

O trânsito ficou prejudicado no Centro da capital. É recomendado ao motorista que evite a Afonso Pena e dê preferência às vias paralelas para completar o trajeto até seu destino.

Não foi informado pela Prefeitura se haverá interdição na região central por conta da manifestação.

PM e agentes da Agetran acompanham o protesto, que não teve nenhuma ocorrência de destaque registrada até o momento.

Segundo a Guarda Municipal Metropolitana, o único fato registrado foi a prisão de Marcos Tabosa, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Campo Grande, por desobedecer ordem para reduzir o barulho em frente à Prefeitura.

PROTESTO

Para Teixeira, além dos chamados cortes na edução, o protesto é contra a Reforma na Previdência.

Segundo ele, pelo menos 200 unidades de ensino foram afetadas com a paralisação, que acontece em  outras 12 cidades: Nova Alvorada do Sul, Dourados, Ponta Porã, Três Lagoas, Corumbá, Nova Andradina, Coxim, Paraíso das Águas, Amambai, Jardim, Naviraí, Paranaíba e Aquidauana.

Em Dourados, a greve atinge toda a rede municipal, visto que os professores protestam também contra o atraso nos salários.

A expectativa dos sindicalistas é que 20 mil professores aderem à greve em todo o Estado até o final do dia.

A gestão Bolsonaro anunciou na última semana bloqueio de R$ 348 milhões no orçamento do MEC destinado à compra e distribuição de livros didáticos para alunos da rede pública do ensino fundamental.

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