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Júri de serial killer que matou pelo menos 7 pessoas é adiado para novembro

Redação
Júri popular estava marcado para outubro, mas foi remarcado a pedido da defesa

O julgamento do pedreiro Cleber de Souza Carvalho, 43 anos, serial killer que matou pelo menos sete pessoas em Campo Grande, foi adiado para novembro, a pedido da defesa.

O júri popular estava marcado para ocorrer no dia 29 de outubro, mas o advogado que representa o acusado alegou que tem viagem pré-agendada para a data, o que impossibilitaria que ele estivesse presente na data inicial e pediu a redesignação do júri.

O juiz Aluizio Pereira dos Santos marcou o julgamento para o dia 10 de novembro deste ano, às 8h, na 2ª Vara do Tribunal do Júri.

O pedreiro responde por homicídio qualificado e ocultação de cadáver por cada um dos sete crimes que é acusado.

Carvalho confessou ter assassinado sete pessoas em Campo Grande.

Os crimes foram descobertos em maio do ano passado.

Todas as vítimas eram homens e possuíam bens em seus nomes e todos foram mortos com pauladas na cabeça.

Vítimas

O primeiro corpo encontrado foi de José Leonel Ferreira dos Santos, de 61 anos, que foi morto dia 2 de maio de 2020 em sua própria casa.

No dia seguinte ao crime, a família de Cléber se mudou para a residência, fato que fez um vizinho da vítima desconfiar e registrar boletim de ocorrência.

Polícia investigou o caso e, ao ser descoberto, Cléber confessou a morte de José Leonel e outros homicídios, indicando onde havia enterrado os corpos.

A segunda vítima era ajudante do serial killer. José de Jesus de Souza, 45 anos, trabalhava como pedreiro nas obras e foi morto depois de desentendimento com o criminoso.

Ele era da Bahia e não tinha familiares em Campo Grande. A irmã de Cléber estava morando na casa de José de Jesus e ele também vendeu um terreno que pertencia à vítima.

Geraldo, de 48 anos, também trabalhava com o assassino. Ele foi com o suspeito até um terreno no Zé Pereira com a intenção de limpar e invadir o local.

Lá, se desentenderam e o criminoso golpeou a vítima na cabeça com o cabo de uma picareta. O assassino enterrou o corpo e arma do crime no mesmo lugar.

Dessa vez, não se apropriou de nenhum bem material da vítima.

Taíra, 74 anos, fazia bicos de jardinagem e foi contratado pelo pedreiro para capinar um lote, na Vila Planalto.

Eles também se desentenderam e o assassino o matou e enterrou o corpo no local. O idoso estava desaparecido desde novembro de 2016.

A família que mora na casa não sabia da existência do cadáver enterrado em uma área concretada, na calçada lateral da residência.

A 5º vítima do serial killer é da própria família. Flávio Pereira, de 34 anos, primo de Cléber foi morto em 2015, depois de brigar com o suspeito devido a um terreno que pertencia à vítima. Após o crime, o pedreiro vendeu a propriedade para um barbeiro, de 53 anos, por R$ 50 mil.

Sexto corpo encontrado é de Claudionor Longo Xavier, de 48 anos, que estava desaparecido desde abril de 2019.

Cléber conheceu Claudionor como caseiro em uma chácara, resolveram fazer juntos um investimento em imóvel, mas acabaram brigando.

O suspeito matou e levou o cadáver no terreno de uma casa no bairro Sírio Libanês e vendeu a motocicleta da vítima.

Última vítima conhecida até então é o aposentado Timóteo Pontes Roman, 62 anos. Ele contratou o pedreiro para fazer reparos na calçada da casa onde morava, na Planalto, onde foi morto com duas pauladas na cabeça e o corpo jogado em um poço de mais de 10 metros, nos fundos da casa.

Assassino disse que intenção era se apropriar da casa do aposentado, que morava sozinho.

Perfil

Conforme informado pelo delegado Carlos Delano, na época, o pedreiro agia com frieza contra suas vítimas, e escolhia perfis semelhantes para atacar, característica que contribui para enquadrá-lo nos conceitos de psicopatia e de assassinatos em série.

Vizinhos do assassino confesso, que morava na Vila Planalto, disseram que ele era “educado, respeitável e tranquilo”, não levantando suspeitas.

As características apontadas por vizinhos coincidem com um dos perfis tradicionais de serial killers. Conforme especialistas, muitos dos assassinos em série são “pessoas normais”, bem sucedidas e ativas na comunidade, até que seus crimes sejam descobertos.

Outra característica de Cléber notada pela Polícia Civil é a frieza com que tratava os crimes. Após ser preso por um homicídio, ele confessou os demais de maneira tranquila, indicando onde enterrou ou escondeu os corpos.

“É notável a desvalorização da vida humana. Pelo menos dois a gente sabe que ele já conhecia há meses, do bairro ou então chamava para trabalhar junto, e matava”, disse Delano na ocasião.

Via Correio do Estado

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