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Jamil Name e delegado viram réus por obstrução da justiça

Redação
Delegado Márcio Obara é acusado de ajudar o grupo criminoso - Foto: Bruno Henrique / Arquivo / Correio do Estado

Juiz da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, Roberto Ferreira Filho, aceitou denúncia contra Jamil Name, Jamil Name Filho, o delegado de Polícia Civil Márcio Obara, Fahd Jamil, de Ponta Porã, chamado de “Rei da Fronteira”, o filho dele Flávio Correia Jamil Georges e o ex-guarda municipal Marcelo Rios, pelos crimes de obstrução da justiça, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva.

Eles foram alvos da terceira fase da Operação Omertá, denominada como Armagedom, desencadeada no mês passado.

A operação resultou na prisão do delegado de Polícia Civil Márcio Obara, ex-titular da Delegacia Especializada de Homicídios de Campo Grande, que teria efetuado várias ações para dificultar investigações envolvendo execuções em que o grupo de Name e Fahd Jamil eram suspeitos de serem os mandantes.

Denúncia foi oferecida pelo Ministério Público Estadual (MPMS) contra o grupo e aceita pelo magistrado nesta segunda-feira (13).

Na decisão, juiz afirma que há presença de indícios de autoria e prática de obstrução da justiça em relação à investigação da morte de Ilson Figueiredo, em junho de 2018, de Alberto Aparecido Roberto Nogueira, em abril de 2016, e de Anderson Celin Gonçalves, que teriam sido cometidas por integrantes da milícia e tido interferência do delegado na apuração.

Por este crime, foram denunciados Fadh Jamil, Flávio Correia, Jamil Name, Jamil Name Filho e Márcio Obara.

Quanto a lavagem de dinheiro, apenas o delegado foi denunciado e responderá pelo crime. Materialidade foi encontrada na declaração de imposto de renda de Obara, onde aparecem os valores apontados na denúncia como sendo pagos pelo grupo criminoso.

Por corrupção ativa e passiva, juiz citou uma situação específica, quando, a mando de Fhad, Correia, Name e Name Filho, o ex-guarda municipal Marcelo Rios teria entregue R$ 100 mil ao delegado para que ele atrapalhasse investigações da morte de Ilson Martins Figueiredo, vítima da organização criminosa.

Dessa forma, Fhad, Correia, Name, Name Filho e Rios viraram réus por corrupção ativa e Obara por corrupção passiva.

Ilson trabalhava como segurança na Assembleia Legislativa e foi executado no dia 11 de junho de 2018 com mais de 35 tiros em seu carro, um Kia Sportage, na avenida Guaicurus.

Os réus têm o prazo de 10 dias para apresentarem resposta à acusação

OMERTÀ

Jamil Name está preso desde setembro do ano passado, tendo sido logo depois colocado sob custódia do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), em cela de isolamento no presídio de Mossoró.

Ele e outros supeitos foram presos na Operação Omertà, realizada pelo Gaeco. Antes, em maio, a polícia apreendeu um arsenal em casa que seria de propriedade dos Name. O grupo é suspeito de execuções ocorridas em Campo Grande, como a do estudante Matheus Coutinho Xavier, em abril de 2019. Também é suspeito de outras mortes, como do segurança da Assembleia Legislativa, Ilson Martins Figueiredo, do comerciante Marcel Hernandes Colombo, o “Playboy da Mansão”, e do ex-segurança do narcotraficante Jorge Rafaat, Orlando Silva Fernandes, o Bomba.

Via Correio do Estado

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