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Incêndio já destruiu 471 mil hectares de mata na Bolívia

Redação

[Via Correio do Estado]

O governo da Bolívia decretou desastre departamental na região da Chiquitania, área de mata do Pantanal no país vizinho, localizado na na cidade de Roboré, a cerca de 150 quilômetros da fronteira com Corumbá. A área que engloba cidades como El Carmen Rivero Torrez, San Rafael, San Ignácio de Velasco San Matías, El Porton (ponto turístico) entre outros povoados, está sendo consumida pelas chamas. No total, 471 mil hectares de mata e pasto já foram queimados.

Devido a situação considerada gravíssima, nesta quarta-feira (21), após protestos da população de Roboré, que pede por ajuda internacional, o presidente Evo Morales anunciou a contratação dos serviços do Supertanker, um dos aviões destinados a apagar os maiores incêndios do mundo.

Na Chiquitania há o registro de cerca de 471mil hectares consumidos pelo fogo em matas e pastos, causando até a suspensão das aulas escolares. "Instruí o ministro da Economia a contratar o avião Supertanker para nos ajudar a apagar o fogo que afeta essa região da Bolívia", disse o presidente por meio de comunicado ao confirmar que a medida foi aprovada em uma reunião do gabinete.

O Supertanker 747-400, é um boeing adaptado para transportar aproximadamente 75.000 litros de água, pode operar em qualquer lugar do mundo e tem um alcance de voo de 13 horas.

A corumbaense Yamara Rayza, que vive há quase seis meses no povoado de Águas Callientes, distante 32 quilômetros de Roboré, disse ao jornal 'Diário Corumbaense' que a situação é muito crítica. O fogo que atinge a vegetação, também matou animais que habitam a região.

“A situação é assustadora. Eu mesma fiquei desesperada com o fogo que quase invadiu o hotel onde trabalho e moro. A qualidade do ar está insuportável. Há fumaça por toda a parte. O fogo está por toda parte, inclusive às margens da estrada Bioceânica (via que liga o o Brasil e a Bolívia). As equipes tentam apagar as chamas, mas não é suficiente, o desespero toma conta de todos”, falou.

Queimadas consomem matas e pastos da região da fronteira com o Brasil na Bolívia (Reprodução)

EM CORUMBÁ

A situação na Bolívia também vem ajudando a afetar a qualidade do ar em Corumbá. Apesar da distância até a fronteira, a cidade pantaneira pelo quarto dia consecutivo ficou coberta por densa camada de fumaça.

Porém, no Pantanal e na área urbana, focos de incêndio são registrados diariamente. Às margens da BR-262, as chamas consomem a mata chegando aos acostamentos e dificultando a visibilidade dos motoristas que utilizam a via.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), nas últimas 48 horas, Corumbá registrou 141 focos de incêndio. Nos primeiros 21 dias de agosto, o município já soma 976 focos de queimadas. De janeiro até agora, a Cidade Branca é a segunda do Brasil em número de focos, com 2.193, ficando atrás apenas de Altamira no Pará, que tem 2.354 focos.

Ao 'Diário Corumbaense', o gerente estadual do PrevFogo, Bruno Águeda, informou que os brigadistas estão na Estrada Parque há quatro dias combatendo focos de incêndio e que até o momento mais de 2 mil hectares já foram queimados.

Ainda conforme ele, há registro de fogo também na altura do Morro do Chapéu, onde uma equipe se deslocou para atender a demanda naquela localidade. Incêndios às margens da BR-262 também já foram combatidos pela equipe do PrevFogo em Corumbá.

Não chove em Corumbá desde 26 de junho, quando foram registrados 5,6 milímetros de precipitação. A umidade do ar tem ficado abaixo dos 20%, enquanto o recomendável para a Saúde é 60%.

Em Mato Grosso do Sul, queimadas estão sendo combatidas (Divulgação)

PRECAUÇÃO

Durante agenda na manhã desta quinta-feira (22) com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para tratar sobre a Rota Bioceânica, o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), disse que o Estado forneceu toda a ajuda pedida pelo governo boliviano para solucionar o incêndio na região de fronteira.

Segundo o mandatário sul-mato-grossense, o Estado vem mantendo contato com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). "Temos alguns problemas pontuais", admitiu. Para Azambuja, a solução para o problema passa pela conscientização e prevenção.

"Muito do fogo é causada por pessoas desinformadas, que precisam ter cuidado com a estigagem. É atenção total dos Bombeiros, Ibama, Prev Fogo para combater as queimadas em Mato Grosso do Sul", disse

 

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