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Previsão do Tempo

Frio de inverno chega já nesse fim de semana, com temperaturas entre 3 e 5.º

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Especialista da dicas para produtores se protegerem do tempo seco e geadas em MS

Longe ainda cerca de 11 dias, o frio do inverno – com início marcado para dia 21 – deve começar a preocupar já neste fim de semana, com temperaturas entre 3 e 5.º, segundo o agrometeorologista da embrapa de Dourados, Danilton Flumignan.

Danilton aponta que a Embrapa Agropecuária Oeste mantém anualmente um sistema de previsão de geadas, que pode ser útil para produtores.

“Nele nós conseguimos em dezembro já divulgar a previsão da probabilidade de acontecer uma geada precoce em junho, o que seria altamente impactante, principalmente para lavouras de milho safrinha, sobretudo aquelas plantadas tardiamente”, comenta.

Ele salienta que para 2022 é mantida a previsão de uma alta probabilidade (75%) de geadas de inverno, que podem ainda não acontecer.

Importante frisar que o Estado experimenta condição de fenômeno La Niña.

Há mais de quatro décadas a Embrapa monitora o clima na região de Dourados, que é altamente representativa em termos de produção de grãos.

“Nesses mais de 40 anos, sempre em condições de la Niña, a temperatura mínima registrada em junho foi igual ou abaixo de 6°, sinalizando que sempre aconteceu o frio intenso. Em algumas vezes, na maioria delas, com condições de geada”, diz Danilton.

características de MS

Mato Grosso do Sul, em seu território compreende dois tipos de clima, que dão características distintas ao que é produzido tanto abaixo quanto acima da região central  do Estado.

Ainda assim, a tendência natural do inverno é a ocorrência de secas prolongadas em decorrência da falta de chuvas.

“Também, pode ocorrer problemas para o produtor relacionado à incursão de massas de ar polar, ou seja, massas de ar extremamente frias, que venham da região sul, do polo, em direção ao norte, até atingir eventualmente as regiões do sul do Brasil, inclusive”, afirma o agrometeorologista.

Região de transição climática, a porção Centro-Sul do Estado (traçado horizontal basicamente de Campo Grande para baixo) é notadamente mais vulnerável aos problemas das geadas, explica Danilton.

“Agora, o problema da seca no período de inverno, ele é mais notado na porção Centro-Norte. A tendência é que, quanto mais acima no estado, nós estejamos falando de uma região que quanto mais acima experimenta mais o problema de seca no inverno, o que é característico do cerrado típico brasileiro, né?”, completa.

prevenções

Quanto à seca, para previnir estragos os produtores podem incorporar os sistemas de produção de práticas agrícolas: que reduzam taxa de evaporação da água do solo; manejo e cultivo de espécies ou cultivares mais tolerantes às intempéries climáticas.

“Sistemas que produzem palha; cobertura de solo, usando o plantio direto, são opções que tendem a diminuir taxas de evaporação da água do solo. Se essa água não é evaporada, ela fica no solo para ser absorvida pelas plantas e, aí transpirar. Então, nós estamos combatendo o problema da seca No No campo dessa forma”, diz Danilton.

Ele cita também o bom manejo do solo como alternativa, sendo possível estabelecer sistemas radiculares (de raízes) mais profundos.

“E quanto mais profundo o sistema radicular, digamos que maior é a caixa d’água disponível para a planta, ela consegue explorar a água em profundidades superiores, então ela consegue tolerar mais o problema da falta de chuva da seca”, revela.

Outra alternativa é usar espécies vegetais (soja, milho, algodão), ou até mesmo cultivares (tipos de soja; milho; algodão e trigo) mais tolerantes à seca.

“E, por fim, uma última alternativa, que é para áreas irrigadas, onde o produtor tem uma possibilidade de: utilizando água de alguma fonte, como porexemplo água de poço, mas principalmente de águas superficiais”, cita.

Das fontes superficiais é possível listar córregos, rios ou águas de represamento.

Por sua vez essas são bombeadas através de sistemas canalizados, com aplicação por gotejamento, por exemplo, alternativa bastante poupadora que despeja água direto no pé da planta.

Por fim, Danilton Flumignan comenta que os produtores podem seguir as recomendações do zoneamento agrícola de risco climático, trabalho técnico da Embrapa encomendado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Ele conta que a empresa realiza o trabalho, divide os achados com o setor usuário, que se reverte na publicação de portarias ministeriais.

“Que têm ali vinculado todo o crédito agrícola, todo o seguro ligado a essas portarias ministeriais”, salienta.

Segundo o técnico, o produtor que adere às recomendações do saneamento, se encontra protegido, já que lá é sinalizado por município; cultura e espécie vegetal quais as melhores e piores épocas de semeadura, por risco climático.

“Esse risco climático nós estamos falando principalmente de: perda de safra por seca e por geadas. Então uma forma muito sábia de se precaver com relação aos riscos climáticos, seja seca ou frio intenso, geadas, é aderir às recomendações do zoneamento agrícola de risco climático”, finaliza.

Via Correio do Estado MS

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