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Fevereiro laranja: diagnóstico precoce pode salvar vidas de pacientes com leucemia

Redação

Quando a professora Sheila Mara Nunes dos Santos recebeu o diagnóstico de que seu filho Elias, de apenas 10 anos, estava com leucemia, ela registrou um verdadeiro ciclo de sentimentos, primeiro desacreditou, depois ficou ‘sem chão’ e, em seguida, retomou a fé para lutar contra a doença.

Elias lutou contra a Leucemia e junto a mãe comemora a vida

Depois de longos dois anos e três meses, o menino viveu todas as etapas de tratamento, de forma heroica e hoje, com 19 anos, é motivo de orgulho de toda a família. “Nós tratamos o Elias contra uma leucemia linfoide aguda, quando tinha 10 anos, em 2012, e ninguém nunca espera receber uma notícia dessa. A gente sempre acha que é outra coisa, e não câncer”.

Sheila relata que o sentimento de medo foi muito grande. “Quando isso acontece, nos desestrutura emocionalmente, de uma forma que eu não desejo a ninguém. O câncer quando vem, a gente fica procurando os porquês. Foi desesperador por ser uma criança na época”.

Hoje, adulto, Elias é um exemplo de dedicação. “Ele não tinha noção do que ele tinha, mas sabia que era uma coisa séria, porque nós tivemos que ficar muito tempo dentro do hospital. O tratamento seguiu logo de imediato, quando o doutor veio trazer o diagnóstico da doença, me disse que era uma doença de alto risco, que ele tinha de 30% a 70% de chance de sobrevida”.

O caminho para que o tratamento funcionasse foi seguir todas as orientações médicas e não perder a fé e a esperança. “Seguimos certinho tudo o que o médico dizia, tudo o que a nutricionista pedia, cuidando ao máximo para que ele não pegasse nenhum outro tipo de infecção. Quando a gente descobre no início, é muito melhor. Nada acontece na vida senão tem um propositivo de Deus, seguimos com fé”!

“Eu sempre recebia força por parte do Alison”, conta Gláucia.

Para a auxiliar de cozinha, Glaucia Diniz Cristaldo, a doença atingiu seu pequeno Alison quando ele ainda quatro anos, em novembro de 2016, a luta foi intensa e marcada pelo medo e pela dor, mas também pela perseverança e pela vitória contra o câncer. “ O Alison não precisou fazer transplante, graças a Deus, mas o tratamento, no começo, foi bastante invasivo. Ele tinha muito medo de médico, emagreceu muito, a doença tinha avançado bastante, então ele perdeu os movimentos da perna, dos braços, não abria o maxilar, a medicação causava náuseas”.

A mãe de Alison destaca que apesar das lutas, ele se recuperou com uma velocidade surpreendente: “ Ele teve uma recuperação muito rápida, a médica falou para gente: um ano e meio, mas com oito meses ele já tinha finalizado o tratamento intensivo. Graças a Deus ele respondeu rápido o tratamento”.

Para Glaucia, uma campanha como o Fevereiro Laranja pode ajudar aos familiares a encontrar um tratamento precoce. “Na minha opinião tudo o que se diz em campanha a respeito de você diagnosticar antes, ou precocemente, tem muita importância. Meu recado para as mães é que elas confiem em Deus e nos filhos, porque eles têm uma força que a gente imagina. Eu sempre recebia força por parte do Alison. Ele não me deixava triste, não se deixou abater nem na dor. Confie em Deus e nos médicos, não deixem de ir, por mais que seja sofrido, pois o câncer quando consegue ter um diagnóstico precoce tem cura. Acreditem! Comecem a colocar a esperança no coração de vocês e nos seus filhos.  Não desista”.

As duas mães contam que, além do apoio médico, elas contaram com a ajuda AACC (Associação dos Amigos das Crianças com Câncer).

Doação de Medula

O Hemocentro (Hemocentro Coordenador de Mato Grosso do Sul) atua em duas frentes quando o assunto é leucemia. Primeiro em relação ao tratamento com plaquetas e o segundo no cadastro de doador de medula.

“Por isso, campanhas como o Fevereiro Laranja são fundamentais porque conscientizam para a importância do tratamento precoce, de uma doença que atualmente atinge

Bolsas de plaquetas são usadas no tratamento contra a Leucemia 

mais de 10 mil pessoas”, afirma a diretora geral da Rede Hemosul, Marli Vavas.

O Hemosul faz a coleta de plaquetas por intermédio da doação de sangue, em uma coleta especializada chamada Aférese, na qual é possível retirar apenas uma das células do sangue total. “É uma doação a qual sempre estimulamos para que a população faça, uma vez que é muito simples e de recuperação rápida, enquanto que o doador comum precisa esperar três meses para uma nova coleta, o doador de plaquetas pode esperar 48 horas apenas”.

Porém, Marli explica que justamente esse tratamento tem uma característica: a validade da bolsa é de apenas cinco dias. “Por isso, é importante termos doações regulares para mantermos os estoques”.

Já o cadastro de doadores de medula pode ser feito porque qualquer pessoa entre 18 e 55 anos. “É muito simples e muito fácil. Basta vir a sede e fazer um cadastro de doação de medula. Retiramos 5ml de sangue e fazemos os exames necessários. Inserimos os dados no Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea), que é um banco mundial de dados de doadores de medula”.

Em Mato Grosso do Sul, o cadastro é de 150 mil pessoas. “É muito importante que a pessoa tenha consciência da importância do ato, porque no momento da compatibilidade ela tem que estar disposta a salvar vidas”.

Fevereiro Laranja – O mês de fevereiro foi escolhido para conscientizar a população sobre a leucemia e a importância de se tornar um doador de medula óssea. A Campanha Fevereiro Laranja também busca informar sobre o diagnóstico precoce da doença. Estatísticas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) mostram que a leucemia é o 9º câncer mais comum no sexo masculino e o 11º no feminino.

Principais Sintomas – Os principais sintomas decorrem do acúmulo de células defeituosas na medula óssea, prejudicando ou impedindo a produção das células sanguíneas normais. A diminuição dos glóbulos vermelhos ocasiona anemia, cujos sintomas incluem: fadiga, falta de ar, palpitação, dor de cabeça, entre outros. A redução dos glóbulos brancos provoca baixa da imunidade, deixando o organismo mais sujeito a infecções muitas vezes graves ou recorrentes. A diminuição das plaquetas ocasiona sangramentos, sendo os mais comuns das gengivas e pelo nariz e manchas roxas (equimoses) e/ou pontos roxos (petéquias) na pele.

O paciente pode apresentar gânglios linfáticos inchados, mas sem dor, principalmente na região do pescoço e das axilas; febre ou suores noturnos; perda de peso sem motivo aparente; desconforto abdominal (provocado pelo inchaço do baço ou fígado); dores nos ossos e nas articulações. Caso a doença afete o Sistema Nervoso Central (SNC), podem surgir dores de cabeça, náuseas, vômitos, visão dupla e desorientação.

Depois de instalada, a doença progride rapidamente, exigindo que o tratamento seja iniciado logo após o diagnóstico e a classificação da leucemia.

 

Via Governo do Estado

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