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Expogrande perde o foco no rural e vira “feira de shows”

Redação

[Via Correio do Estado]

A 80ª Expogrande, considerada uma das maiores feiras agropecuárias do País, há tempos perdeu sua principal vocação, que era ser uma vitrine do agronegócio. Com o menor volume de leilões de gado, de animais dispostos nos pavilhões e até de expositores de máquinas e outros produtos agropecuários, o evento virou uma “feira de shows”, na avaliação de pecuaristas ouvidos nesta sexta-feira pelo Correio do Estado. Neste ano, o destaque será uma extensa programação de shows com artistas nacionais e até um DJ com fama internacional. A transformação foi motivada, segundo produtores e empresários que sempre participaram do evento, pela própria mudança na pecuária e no perfil do público que frequenta o local.

Segundo pecuaristas mais antigos e que também eram expositores de gado, a Expogrande era conhecida por ser a maior vendedora de bezerros de corte do Brasil, com comercialização de até 30 mil animais. Hoje, esse volume não deve chegar a 5 mil.  “A finalidade da Expogrande sempre foi ser uma vitrine do agro, da comercialização de animais, máquinas e equipamentos rurais. No entanto, houve uma terceirização do evento para a realização de shows”, disse um pecuarista que não quis se identificar. Ele critica a atuação da Acrissul e diz que a Expogrande “perdeu muito com o distanciamento do produtor rural”

MUDANÇA NA PECUÁRIA

Os avanços na pecuária, principalmente no mercado de compra e venda de gado, também teriam ajudado a modificar a vocação inicial da feira. “O que notamos é que a pecuária mudou muito esse modelo hoje. Antigamente, a exposição tinha como maior foco a venda de animais, principalmente touros. Hoje, os produtores estão usando outros meios para compra de tecnologias para inseminação do gado. Isso mudou o mercado”, alega o produtor rural José Armando Amado.

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