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Ex-segurança de governador vai ser novamente denunciado pelo MPE

Redação

[Via Correio do Estado]

O Ministério Público Estadual (MPE) de Mato Grosso do Sul decidiu apresentar à Justiça acusação de porte ilegal de arma e armazenamento de munição restrita contra o sargento da Polícia Militar Ricardo Campos Figueiredo, 42 anos, já denunciado anteriormente por obstrução de Justiça no desenrolar da Operação Oiketikus, desencandeada em maio e que culminou na prisão de 21 integrantes da corporação suspeitos de envolvimento com quadrilhas de contrabandistas, em 14 municípios.Entre alguns dos itens encontrados na casa do acusado estavam munições propícias para uso em fuzil.

Na ocasião, o sargento destruiu dois celulares antes que os promotores do Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumprissem mandado de busca e apreensão em sua casa, no bairro Danubio Azul, região leste de Campo Grande. Figueiredo atuava como Agente de Segurança Velada da Casa Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, ou seja, como segurança pessoal do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Foi afastado oficialmente das funções no último dia 11.

Ainda naquele 16 de maio, os promotores e policiais da Corregedoria da corporação localizaram um revólver calibre ponto 44, nove munições de calibre ponto 762, propícia para fuzil, com capacidade para furar blindados e até aeronaves, e uma pistola calibre ponto 40, com dois carregadores, mas sem munição. Esse armamento no Brasil só é permitido para agentes de segurança pública.

Na ocasião, o Gaeco entregou as armas à Coirregedoria, com o objetivo de que ela fossem periciadas. Com a confirmação oficial de que não são de uso habitual da corporação, a denúncia foi formulada no dia 15 de junho.

O Correio do Estado não conseguiu contato com os advogados do sargento da PM para pegar um posicionamento sobre a nova acusação.

Figueiredo responde a acusação inicial em liberdade, beneficiado por habeas corpus expedido pelo desembargador Paschoal Carmello Leandro, que em sua decisão justifica que o sargento "possui ocupação lícita, tem família constituída, endereço certo e não registra antecedentes que maculem a sua conduta como cidadão de bem", e por isso mereceria "o direito de ter a sua custódia preventina substituída por medidas cautelares."

No entanto, o sargento terá que comparecer em juízo no prazo e condições fixadas pela Justiça para informar e justificar suas atividades. Ele também não poderá se ausentar da Capital sem comunicação prévia e nem frequentar locais e manter contato com pessoas relacionadas aos fatos da prisão.

Os presos da organização criminosa alvo da Operação Oiketikus são oito sargentos, cinco cabos, quatro soldados, dois tenentes-coroneis, um subtenente e um major, que atuavam no contrabando tanto de cigarros como de outros produtos, como pneus.

Eles não só cobravam propina dos contrabandistas para facilitar o trânsito em rodovias estaduais e na distribuição em municípios, como também tentavam dificultar a atuação de outras forças de segurança na investigação desse tipo de crime. As rotas que os investigados atuavam tinham ligação com a Bolívia e o Paraguai.

No último dia 13 de junho, a Corregedoria da Polícia Militar realizou desdobramento da operação, com ais oito pessoas presas em Campo Grande e interior.

Figueiredo já atuou no Departamento de Operações de Fronteira (DOF) e foi promovido duas vezes por “ato de bravura.”

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