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Estudantes ocupam bloco 6 da UFMS contra projeto do Governo Federal

Redação

[Via Correio do Estado]

Estudantes de pelo menos 10 cursos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) ocupam desde às 18h30 de terça-feira (24) o Bloco 6 da instituição, conhecido como Shopping. Os acadêmicos são contrários ao programa do Governo Federal intitulado Future-se, que tem por objetivo a autonomia financeiras das instituições de ensino superior por meio de captação de recursos privados.

O dinheiro viria por meio de contratos com Organizações Sociais (OSs) sem a necessidade de chamada pública. As universidades não serão obrigadas a aderiram ao programa do Ministério da Educação (MEC). A briga dos estudantes é para que a UFMS não faça parte do projeto.

De acordo com um dos alunos de 21 anos da UFMS, que não quis se identificar, havia um conselho entre acadêmicos e reitoria marcado para a sexta-feira (27), entretanto, a reitoria teria adiado o compromisso para o dia 31 de outubro, o que motivou o protesto.

“O reitor se mostrou propenso a aceitar a participar do Future-se e somos completamente contra esse projeto. Entendemos que esse adiamento sobre sua decisão foi uma forma de desmobilizar os estudantes, então decidimos em assembleia pela ocupação”, relatou o aluno.

Os estudantes contam que desde às 23h10 estão sem luz no bloco. Eles também relatam que até agora não fizeram nenhum tipo de contato com a reitoria para receber uma devolutiva sobre a participação ou não da UFMS no programa.

“Nós queremos visibilidade sobre o Future-se e ampliar o debate democrático sobre o assunto. Muitos acadêmicos não sabem do que se trata esse projeto. Estamos programando uma panfletagem e manifestações sobre o assunto”, explicou.

No bloco, cadeiras impedem a entrada de outras pessoas que não sejam os acadêmicos. Os vidros estão tampados e quase não se consegue ver dentro do bloco. De acordo com os alunos, essa foi uma medida de segurança, porque eles afirmam já terem sido “perseguidos pela reitoria” em protesto anteriores.

O grupo recebeu apoio do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Fundação UFMS e IFMS (Sista), que nesta manhã levou café da manhã para os estudantes e prometeram contato com a administração da universidade para resolver a questão da luz. Eles também relatam que alguns professores já se manifestaram à favor da manifestação.

“Parece que estamos de brincadeira aqui, mas não estamos. Temos uma agenda cultural e política. Hoje pela manhã um professor veio aqui e fez uma palestra. Tínhamos programado para à tarde haver a apresentação do filme Bacurau e depois iríamos assistir a live da audiência pública que será feita sobre o Future-se, mas como estamos sem luz não sei se vamos conseguir”, relatou.

FUTURE-SE

De acordo com o MEC, o Future-se busca o fortalecimento da autonomia de gestão, financeira e administrativa das universidades e Institutos Federais (IFs). Essas ações serão desenvolvidas por meio de parcerias com as Organizações Sociais. O argumento do MEC é de que o programa pode promover a sustentabilidade financeira, estabelecendo limite de gasto com pessoal nas universidades e institutos.

Além disso, as instituições que aderiram ao programa deverão fazer a contratação de professores por meio da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e não mais por concurso público.

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