Voz do MS

Tecnologia

Estudantes de escola pública aprendem robótica durante pandemia para combater avanço da Covid-19

Redação
Ao todo 18 estudantes do ensino fundamental participaram de projeto desenvolvido em Dourados

Um dispositivo de contagem de tempo com LED e sensor, capaz de avisar o momento ideal para higienizar as mãos em plena pandemia.

Esta é uma das invenções desenvolvidas pelos jovens estudantes da Rede Arara: Comunicação na Prevenção do Corona, projeto desenvolvido pela Associação de Pais e Mestres da Escola Estadual Floriano Viegas Machado, em Dourados, com investimentos da Fiocruz e apoio da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS).

O projeto criado no ano passado, uma parceria universidade-escola, aborda as temáticas de Educação, Comunicação e combate à Covid-19, utilizando a robótica como eixo central.

“De julho a dezembro de 2020, nós implementamos o primeiro laboratório de robótica e impressão 3D de uma escola pública na cidade de Dourados, e com esta implementação foi possível produzir 141 kits de equipamentos de proteção individual, contabilizando 435 peças impressas. Esses kits foram doados para escolas estaduais, algumas organizações sociais e instituições do comércio”, explica Cecília Nascimento, professora do curso de Física da UEMS e coordenadora da iniciativa.

Ao todo, participaram do projeto 18 estudantes do Ensino Fundamental da escola, que receberam um kit de robótica individual em casa e participaram de oficinas educativas on-line para o ensino de eletrônica básica e robótica.

As oficinas ocorreram por meio do apoio da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Além disso, integraram o projeto estudantes de graduação da UEMS, que utilizaram o laboratório da escola como local de estudo.

“O projeto ocorreu onde já funciona o laboratório com cursos de robótica na escola. Os alunos puderam desenvolver na impressora 3D, além dos kits de proteção, um protetor de orelha e um dispositivo de abrir portas, para que as pessoas não precisem tocar em maçanetas”, explica a professora.

Além do material conquistado por meio do laboratório, o projeto focou na comunicação, com a criação de 60 cards de divulgação científica.

“Com informações sobre a Covid-19, seu enfrentamento, vacinas. Esses cards foram veiculados nas contas de WhatsApp dos grupos da escola e de professores, além de compartilhar no perfil do Instagram do projeto Rede Arara”, ressalta Cecília.

Para finalizar, os estudantes da UEMS desenvolveram uma revista sobre as atividades desenvolvidas no projeto.

Projeto Oswaldo

Um dos cientistas mais famosos do Brasil, Oswaldo Cruz se tornou inspiração para o projeto desenvolvido na escola.

O relógio capaz de avisar o tempo necessário para higienizar as mãos recebeu o nome do sanitarista e médico brasileiro, que auxiliou no combate a epidemias e foi um dos defensores da vacinação.

“É um dispositivo de contagem de tempo com o uso de LED. À medida que as mãos passam sobre o sensor, eles acendem e vão apagando de 20 em 20 segundos, que é o tempo de lavagem das mãos. A partir desse projeto, nós conseguimos conversar com eles [alunos] sobre a correta lavagem das mãos, como fazer a higiene e o que é o novo coronavírus. Então a gente trabalhou ao mesmo tempo com comunicação científica, robótica e impressão 3D”, frisa Cecília.

Apenas no fim do ano os alunos conseguiram se encontrar. “Fizemos algumas aulas presenciais tomando as medidas de precaução, com poucos alunos em sala de aula, para montar o projeto Oswaldo e falar com eles sobre as informações científicas e o combate à Covid-19”, pontua.

O bom andamento do projeto possibilitou que ele fosse refinanciado pela Fiocruz em 2021. “Esperamos consolidar o espaço Laboratório de Robótica e Impressão 3D na escola Viegas como um centro de apoio e desenvolvimento de projetos educativos e de comunicação pública da ciência na cidade”, afirma.

Para saber mais sobre o projeto, acesse o perfil @redearara no Instagram.

Via Correio do Estado

Comentários

Últimas notícias