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Estado abre discussão e poderá baixar faixa etária para quarta dose da Covid-19

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Mato Grosso do Sul aplica o reforço na imunização para pessoas com mais de 50 anos desde o dia 22 de março deste ano

Mato Grosso do Sul poderá ampliar, nos próximos dias, a faixa etária para a aplicação da quarta dose de vacinas contra a Covid-19. Mesmo durante o feriado, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) iniciou estudos sobre o tema e, de acordo com a secretária-adjunta da Pasta, Crhistinne Maymone, é provável que o Estado amplie a vacinação, em meio ao aumento de casos da doença.

O Estado começou a aplicar a quarta dose contra a Covid-19 em 22 de março para pessoas acima de 50 anos e desde então não houve mudanças na faixa etária.

Por outro lado, o Ministério da Saúde só autorizou oficialmente a ampliação do reforço para a população acima de 50 anos no dia 4 de junho.

Apesar de ainda não haver orientação por parte do governo federal, o Distrito Federal já ampliou a vacinação com a quarta dose para pessoas acima de 40 anos.

Desde ontem, a unidade federativa começou a aplicar a quarta dose da vacina contra a Covid-19 em pessoas com 40 anos de idade ou mais. O anúncio havia sido feito pelo governador Ibaneis Rocha nas redes sociais no início da semana.

“Iniciaremos, a partir de quinta-feira, a aplicação da 4ª dose para maiores de 40 anos. A medida tem nos permitido voltar à normalidade”, postou o governador.

Para o ex-secretário de Saúde do Estado Geraldo Resende (PSDB), que deixou o cargo para se candidatar a deputado federal nas eleições deste ano, Mato Grosso do Sul deveria seguir nesta mesma linha, e não aguardar por decisões do Ministério da Saúde.

“Precisamos proteger mais a nossa população. A equipe da SES tem condições para tomar essa decisão e convocar outros estados por meio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde [Conass] para termos a vacinação para o grupo acima dos 40 anos”, reiterou o ex-secretário.

De acordo com a SES, Mato Grosso do Sul dispõe atualmente em estoque de 385.060 doses de vacinas contra o coronavírus.

LOGÍSTICA

Tanto para os adultos elegíveis ou adolescentes entre 12 e 17 anos, o Ministério da Saúde recomenda que a dose de reforço seja ministrada quatro meses após a segunda aplicação, preferencialmente com a vacina da Pfizer, independentemente da vacina aplicada anteriormente.

Pela logística de compra e distribuição das doses contra o coronavírus ser definida pelo governo federal por meio do Plano Nacional de Imunização (PNI), Mato Grosso do Sul não tem autonomia e meios para adquirir os imunizantes por conta própria.

“O Ministério da Saúde faz um planejamento de distribuição das vacinas que não leva em consideração a especificidade de cada local. Somos um Estado que faz fronteira com 13 cidades da Bolívia e do Paraguai, as doses enviadas para cá não representam a nossa realidade”, afirmou uma fonte ligada à SES ao Correio do Estado.

Conforme a mesma fonte, o Estado permaneceu por 15 dias sem vacinas da fabricante Pfizer em estoque, por falta de repasses do Ministério da Saúde, quando houve ampliação de público feita pela SES, mas que oficialmente não haviam sido autorizadas pelo Ministério da Saúde.

A situação da falta de repasses de doses da Pfizer se agrava por este ser um dos dois imunizantes aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a vacinação do público infantil, no caso de cinco a 11 anos. A Coronavac atende de seis a 17 anos.

GOVERNO FEDERAL

Ao Correio do Estado, a secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo, afirmou que o Ministério da Saúde não orienta que estados ampliem a faixa etária de imunização por conta própria.

“As vacinas vêm de dinheiro público, exigimos ofícios que mostrem para qual faixa etária elas serão destinadas. A distribuição cabe agora à Secretaria de Vigilância em Saúde [VSV]. Temos doses em estoque, mas não sabemos como eles vão proceder nas distribuições”, afirmou.

Para Melo, a prioridade é reforçar a aplicação da segunda e da terceira dose das vacinas.

“O País já está na quarta onda de contágio, e as pessoas não acreditam mais na gravidade das variantes. É preciso que a população volte a usar máscara e que complete o esquema vacinal”, disse.

FALSA SEGURANÇA

Conforme entrevista concedida ao Correio do Estado em maio, o infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Julio Croda destacou que existe por parte da população uma baixa sensação de risco por conta do momento de maior tranquilidade na pandemia.

“A falsa percepção de segurança faz com que a população acredite que a transmissão da doença seja menor. E o que observamos no momento é um impacto importante de doenças respiratórias, inclusive influenza, que é prevenível com vacina”, pontuou.

Dados da SES apontam que em outubro do ano passado a cobertura vacinal contra a Covid-19 em adultos era de 76%, apenas 2% a menos dos atuais 78,3% de imunização considerando as duas doses ou dose de reforço para o público geral do Estado.

É importante salientar que desde o dia 15 de janeiro deste ano MS iniciou a vacinação pediátrica contra o coronavírus, e, apesar do incremento de mais de 200 mil doses aplicadas em crianças dos cinco aos 11 anos até esta quinta-feira, a cobertura vacinal geral do Estado custa a avançar. Atualmente, apenas 21,77% desta faixa etária está protegida com as duas doses.

Sem chegar a 50% do público, vacinação de gripe acaba no dia 24

A uma semana de encerrar a Campanha Nacional de Vacinação contra a influenza, que encerra em 24 de junho, a cobertura vacinal para a proteção da gripe deixa a desejar em Mato Grosso do Sul.

Para o secretário de Estado de Saúde, Flávio Britto, o índice de vacinação contra a doença está abaixo do esperado, com 48% de cobertura vacinal, cuja meta é de 90%.

“Nós precisamos que a população se vacine, principalmente que os idosos procurem as unidades de saúde para se imunizar. Neste ano, o frio chegou mais cedo ao Estado e é importante que todos os públicos estejam protegidos. Nós pedimos que os pais também levem as crianças para se vacinar, menores de cinco anos, tanto para influenza quanto para o sarampo”, reiterou.

A coordenadora estadual de Vigilância Epidemiológica da SES, Ana Paula Rezende de Oliveira Goldfinger, salientou à reportagem que a prioridade é imunizar principalmente as crianças, por elas serem importantes portas de entrada para os vírus aos mais vulneráveis.

“No grupo das crianças, nós não chegamos nem mesmo aos 30% de cobertura vacinal. É importante protegermos essa faixa etária abaixo dos cinco anos que tem muito contato físico com os mais velhos, por ficarem muito tempo no colo, por exemplo. Os pais precisam entender que a vacina é segura, nada justifica essa baixa adesão à campanha”, frisou.

O público-alvo que mais se vacinou até o momento é formado pelos trabalhadores em saúde (58,2%), povos indígenas (56,7%) e idosos (50,9%). Já o grupo dos professores tem cobertura vacinal de 47,1%. Mesmo assim, os índices são considerados baixos para todos os grupos.

Em Mato Grosso do Sul, apenas quatro dos 79 municípios atingiram ou superaram a meta de cobertura vacinal: Aral Moreira (112%), Santa Rita do Pardo (100,9%), Novo Horizonte do Sul (98,1%) e Sete Quedas (90,5%).

Na outra ponta do ranking da vacina, os municípios com menor eficiência na campanha são Corguinho (16%), Água Clara (27,1%), Ponta Porã (28,7%), Ribas do Rio Pardo (35%) e Rio Brilhante (37,4%). Campo Grande tem cobertura de 37,7%, Dourados de 38,3% e Três Lagoas de 55,1%.

SAIBA

Segundo dados da SES, 5.778.334 doses contra a Covid-19 já foram aplicadas em Mato Grosso do Sul desde o início da vacinação, em janeiro de 2021.

Dessas, 2.239.668 foram destinadas à primeira dose, 1.944.116 para a segunda dose e 257.596 são referentes à dose única. Por volta de 78,37% da população está com o esquema vacinal completo.

Via Correio do Estado MS

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