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Entusiasta do cota zero, Zezé diz que não deixa amigos levarem peixe para casa

Redação

[Via Correio do Estado]

O cantor Zezé di Camargo esteve nesta quarta-feira (16) em Campo Grande para o lançamento do Festival América do Sul, que acontece de 14 a 17 de novembro deste ano em Corumbá – a 417 km de Campo Grande. Em seu discurso o artista defendeu o Cota Zero, programa do Governo do Estado que estimula o pesque e solte, e afirmou que já há muito tempo impede que seus amigos levem os peixes que eles pescam para casa, como forma de incentivar a reprodução dos animais.

“Eu falava: ninguém vai levar peixe para o barco, porque eu já encomendava tudo, carne e peixa a vontade. Que seja liberado, independente de tamanho, eu não concordava muito de pegar só o grande e soltar o pequeno. O grande é o reprodutor, o grande está repovoando o rio, o pequeno, em cada 10 só um chega a idade adulta e vira reprodutor. Então a gente está acabando com a reprodução”, afirmou o cantor.

Zezé conta que chegou a enviar uma mensagem ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB), para expor suas ideias. Os dois chegaram a se encontrar em São Paulo, na casa do artista, quando o chefe do Executivo estadual estava na capital paulista.

“Aí veio na minha cabeça umas ideias que passei lá atrás e agora passei novamente para o governador e ele me disse que já está acontecendo isso, que é a Cota Zero, que é muito importante. Ninguém precisa levar peixe para casa”, avaliou.

O cantor contou que esteve na região do Pantanal pela primeira vez há mais de 18 anos e decidiu conhecê-lo por inteiro. Foi de Corumbá até Cáceres (MT) em uma chalana e demorou sete dias na viagem. “Queria conhecer o Rio Paraguai e todos os outros que margeiam a região e fiquei emocionado com a diversidade que encontrei”, lembrou.

A dupla Zezé di Camargo e Luciano fará a abertura do Festival América do Sul deste ano. Além dos sertanejos, também haverá a apresentação do cantor Diogo Nogueira, da banda Paralamas do Sucesso e da cantora Lucy Alves. Também haverá atrações regionais e internacionais, mas elas ainda não estão definidas.

COTA ZERO

O decreto do cota zero entra em vigor nos rios de Mato Grosso do Sul a partir de janeiro de 2020 e objetiva recuperar o estoque pesqueiro e fomentar a pesca esportiva e amadora.

Os pescadores amadores poderão pescar e transportar cinco quilos de pescado, um exemplar de qualquer espécie e cinco exemplares de piranha, além de que 21 espécies diversas, entre elas, jaú, pintado, pacu, corvina e piau, foram listadas com tamanhos mínimos para captura no sistema pesque e solte.

Segundo cartilha divulgada pela Polícia Militar Ambiental (PMA), as áreas onde a pesca na modalidade pesque e solte é permitida são no Rio Negro, no trecho da confluência com o Córrego Lajeado – próximo à cidade de Rio Negro –, até o brejo existente no limite oeste da Fazenda Fazendinha, no município de Aquidauana; no Rio Perdido, em toda sua extensão, compreendendo Bonito, Jardim, Caracol e Porto Murtinho; no Rio Abobral, em toda a sua extensão, em Aquidauana e Corumbá; e no Rio Vermelho, em Corumbá.

O pescador que usar petrechos ou métodos não permitidos, não estar portando a autorização ambiental emitida pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), carregar pescado em quantidade superior à permitida, pescar em locais e épocas com restrições, ser flagrado com pescado considerado especial ou em extinção ou não seguir o tamanho mínimo ou máximo por espécie pode ser autuado com uma infração administrativa no valor entre R$ 700 e R$ 100 mil, mais R$ 20 por quilo do pescado irregular e terá todos os produtos da pesca apreendidos.

O QUE MUDA A PARTIR DE 2020:

* Pesca amadora ou desportiva será somente no sistema pesque e solte;

* Cota Zero para transporte, ficando somente autorizado o consumo no local da captura, dentro do limite do tamanho do exemplar;

* Pesca amadora não poderá ser na modalidade subaquática;

* Pescadores amadores e profissionais devem ter cadastro no Imasul e sempre portar o documento de autorização ambiental;

* Cota mensal para pescador profissional é de 400 quilos de pescado;

* Pescador amador que for condenado pode ter a autorização cancelada ou suspensa.

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