Voz do MS

Saúde

Em meio a crise, Santa Casa inaugura prédio de R$ 800 mil

Redação

[VIa Correio do Estado]

A Santa Casa de Campo Grande inaugurou nesta sexta-feira (8) o novo prédio do setor de oncologia do hospital, que terá capacidade para atender 3 mil pessoas. A construção foi feita com recursos próprios, cerca de R$ 800 mil, disponibilizados mesmo em meio a crise que a unidade passa.

O hospital cobra verbas em atraso da Prefeitura de Campo Grande e do governo do Estado no valor de R$ 25 milhões, dos meses de julho, agosto, setembro e agora outubro. Por causa dessa falta de repasse a Santa Casa chegou a parar as cirurgias eletivas por alguns dias, porque alegava não ter estoque de medicação suficiente para atender a emergência e os procedimentos agendados.

O Estado alega que já realizou o repasse de sua parte, cerca de R$ 5,8 milhões, mas a unidade afirma que a verba ainda não chegou ao hospital, já que antes ela é repassada ao município.

Além disso, o hospital ainda devia aos médicos seletistas R$ 8 milhões de salários atrasados, que só foram pagos na quinta-feira (7), segundo o diretor-presidente da Santa Casa, Esacheu Nascimento, devido ao repasse que chegou da União.

Para a compra de medicamentos, no mês passado o hospital fez um novo empréstimo, no valor de R$ 10 milhões no banco Daycoval, que se somam aos R$ 140 milhões (sem contar os juros) adquiridos junto à Caixa Econômica Federal em anos anteriores.

Mesmo com todos esses comprometimentos, o hospital conseguiu a abertura do setor, com um ano de atraso, já que o cronograma anterior previa término das obras para novembro de 2018. “Dificuldades financeiras impediram que inaugurássemos em novembro do ano passado. Nós demos continuidade e chegamos nesse ponto da inauguração”, afirmou Nascimento.

Para os próximos anos a Santa Casa já planeja outro empréstimo, dessa vez da ordem de R$ 8,5 milhões para a compra de um acelerador linear, equipamento para o tratamento de radioterapia, que será colocado em um espaço que ainda será construído nos fundos do novo setor de oncologia. Ainda conforme o diretor, a entidade tentou a aquisição do equipamento por meio do governo federal, mas com a recusa decidiu buscar financiamento com um banco estrangeiro, que apresenta menor taxa de juros. “Por volta de 2,5 a 3% ao ano, aqui não conseguimos a menos de 10%”.

ONCOLOGIA

O novo setor promete dobrar o número de atendimentos oncológicos, que hoje são de 1.500 por mês e podem chegar a 3 mil. “Tanto para químio, quanto para cirurgia, quanto para atendimento infusional”, afirmou o médico Fabrício Colacino, responsável pelo seto.

O hospital é um dos quatro que oferecem tratamento de câncer na rede pública de Campo Grande. Os pacientes são todos adultos e recebem atendimento, em média, de seis meses a um ano no local.

O novo espaço terá 15 leitos de infusão, quatro leitos day use, uma sala de emergência e quatro consultórios, sendo uma sala para atendimento da enfermagem e três para atendimento médico. O local receberá tanto pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), como convênios e particulares.

Segundo Nascimento, foi instalado no prédio placas fotovoltaicas para conversão e geração de energia solar, com isso o setor irá produzir a energia que consumirá.

O antigo setor será reformado e se tornará o Centro de Transplantados de Medula, com banco de sangue e medula. Com isso, os pacientes que antes precisavam de deslocar até Jaú (SP) – a km de Campo Grande – para a cirurgia, agora poderão fazer o procedimento na Santa Casa.

A previsão do diretor-presidente é de que até “fevereiro ou março”, os transplantes de medula comecem.

Além disso, o hospital também adquiriu um tomógrafo de 128 canais, que será colocado ao lado da radiologia. Atualmente o centro médio possui dois equipamentos semelhantes, porém, de qualidade inferior. Com o novo tomógrafo, o tempo para o exame ficar pronto, terá redução de mais de 1 hora. Os atuais demoram 1h30 para fazer o exame, enquanto o mais moderno chega de 10 a 15 minutos.

Comentários

Últimas notícias