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Edilene de “Amor de Mãe”, atriz campo-grandense Beatrice Sayd fala sobre a importância de discutir violência doméstica na TV

Redação
Além de dar vida à personagem, Beatrice está realizando lives para falar sobre o tema

No ar como Edilene da novela “Amor de Mãe”, da Rede Globo, a atriz campo-grandense Beatrice Sayd tem muitos planos pela frente, que incluem lives no Instagram e o desejo de integrar o elenco da refilmagem de “Pantanal”, planejado pela mesma emissora.

Beatrice teve uma mudança na história durante a segunda fase da novela das 21h. Edilene sofreu violência doméstica e precisou do auxílio de Vitória (Taís Araújo) para realizar um boletim de ocorrência e solicitar medida protetiva contra o namorado.

As cenas que foram ao ar na semana passada terão um peso importante para a advogada, que voltará a se envolver com causas sociais na trama.

“A Edilene continua na novela. Ela já pediu ajuda à Vitória, a ex-patroa fez o boletim de ocorrência eletrônico, pediu a medida protetiva e a abrigou em casa. Nos próximos capítulos a novela vai abordar a eficácia dessas medidas de proteção e mostrar a potência deste encontro das duas. A Vitória vai começar a ajudar as mulheres vítimas de violência da comunidade da Edilene e, com isso, encontrar um novo sentido para sua carreira de advogada”, explica Beatrice em entrevista ao Correio do Estado.

Para a atriz, é muito importante falar sobre o assunto, principalmente durante a pandemia, quando cresceram os casos de violência doméstica e de feminicídio.

“A violência doméstica no País tem índices altíssimos e aumentou muito durante a pandemia. Com o isolamento, as mulheres passaram a ficar mais tempo com os agressores, seja por trabalharem remotamente ou por terem ficado desempregadas. Ou como no caso da Edilene, em que o namorado perdeu o emprego”, ressalta.

A atriz pesquisou bastante para viver o drama de Edilene, que é recorrente no País.

“Quanto à importância de denunciar, sabia que 70% das mulheres mortas não tinham qualquer registro ou denúncia na polícia? Mas quando você vai conversar com vizinhos e familiares, todo mundo sabia que ela era vítima de violência. Comportamentos inadequados e violentos podem levar ao feminicídio”, frisa.

Beatrice acredita que a sociedade precisa compreender que a luta contra a violência é de todos.

“A responsabilidade é de toda a sociedade. Se eu me omito, estou contribuindo para a perpetuação da violência. Quando uma professora se cala, esse silêncio tem como consequência repetidos estupros na vida de uma criança. Denunciar é uma obrigação de cidadã”, completa.

Para ela, falar sobre a violência é uma forma de combatê-la. “A violência é cultural e precisa envolver toda a sociedade, com uma participação mais ativa de cada um de nós. Muita coisa é normalizada na sociedade, e as mulheres não sabem que aquilo é uma violência. Tem que trazer a falta de normalidade dessas condutas. É importante também lembrar que a denúncia pode ser anônima”, pontua Beatrice, que também assistiu documentários sobre o tema e estudou o texto com o amigo, o também ator Audrei Andrade.

Com todas essas informações, a atriz decidiu realizar lives semanais com convidados que possam contribuir para as discussões.

“A série de lives sobre violência doméstica começou na quarta, dia 31 de março. A minha primeira convidada foi a Marilia de Brito Martins, delegada titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) em Campo Grande. A ideia é fazer duas lives na semana, às quartas e sextas, sempre às 20h horário de Brasília. É uma causa que me atravessa, é muito ruim viver com medo. Eu tenho medo por ser mulher e viver no Brasil. Aqui uma mulher é estuprada a cada oito minutos! A cada dois minutos uma mulher é agredida”, relata.

Nesta quarta-feira, às 20h (19h de MS), Beatrice conversa com a juíza Andrea Pachá, que defende as causas das mulheres e das minorias.

PANDEMIA

Assim como o restante da população brasileira, a pandemia afetou diretamente a classe artística. “A pandemia nos obrigou a se isolar, e isso não é tão simples assim. Foi muito importante estar contratada pela Globo no ano passado, como também foi emocionante voltar às gravações”, revela.

Beatrice conta que neste ano ainda não voltou às gravações. “Ainda não retornei ao set de gravação depois de ‘Amor de Mãe’. Preciso voltar a trabalhar, mas sei que isso precisa acontecer em um ambiente seguro. Quanto ao teatro, imagino que não retorno neste ano. Quero muito fazer a novela ‘Pantanal’”, torce.

Para acompanhar as lives, confira o perfil da atriz no Instagram: @beatricesayd.

Via Correio do Estado

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