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Demora de 1h foi ‘gota d’água’, diz mulher que protestou em terminal

Redação

[Via Correio do Estado]

Espera de uma hora por um ônibus foi a gota d’água para um grupo de mulheres que seguia para o trabalho nesta sexta-feira (15). Para elas, o Dia da Independência não mudou em nada a rotina, mas as linhas coletivas operam com número reduzido de veículos. Resultado: as passageiras fecharam o terminal Morenão e só deixaram o local porque guardas municipais jogaram spray de pimenta nelas.

“Eu sou doméstica e meu serviço fica no Carandá Bosque. Minha única opção é a linha 072 (Nova Bahia-Morenão). Cheguei no terminal 6h40, tinha um ônibus que já estava lotado e não cabia mais ninguém, não deu para eu entrar. Fiquei esperando. Deu 7h40 e não havia chegado o outro. Foi então que nós nos revoltamos”, contou Mari Barbosa, 39 anos, ao Correio do Estado.

Segundo ela, a situação é sempre a mesma aos fins de semana e feriados. “Para começar, eu moro no Aero Rancho e a linha 076 (Aero Rancho-Morenão) sequer circula nesses dias”, reclama. O tempo foi passando, mas o ônibus não. Por ter horário a cumprir, ela se uniu às passageiras para externar a indignação.

“Hoje foi demais. Foi a gota d'água. Nós já estávamos ali há uma hora. Sem contar que quando o coletivo chegasse, ia deixar gente para trás, porque eram muitos esperando, nem todos iam conseguir embarcar. Me irritei de uma maneira, cheguei em um ponto que acabei estourando”, conta Mari.

O protesto durou meia hora. Guardas municipais foram acionados e dispersaram o grupo que bloqueava a saída dos ônibus.

Em nota, a corporação informa que havia cerca de 20 pessoas no manifesto. Inicialmente os agentes tentaram conversar com as passageiras e as orientaram a liberar a saída, pois “haviam várias pessoas querendo ir para o trabalho”, diz o comunicado.

Contudo, quando o grupo se recusou a sair, os guardas usaram spray de pimenta no ar, segundo a Guarda, sem direcioná-lo nas pessoas, “tendo em vista o objetivo de prevalecer o direito de ir e vir das pessoas”, já que mais de 200 passageiros queriam sair do terminal naquele momento, segundo a corporação. A nota acrescenta ainda que o material usado para dispersar o ato não é letal.

Mari diz que não chegou a ser atingida pelo líquido porque saiu antes, mas diz que algumas gotas chegaram a pegar na calça dela.

O Correio do Estado entrou em contato com o Consórcio Guaicurus, mas a assessoria não atendeu o telefone e não respondeu a equipe de reportagem em mensagem de celular.

Em consulta ao sistema que monitora em tempo real os ônibus de Campo Grande, é possível ver que no momento em que esta matéria era escrita, por volta de 9h30, só havia dois carros fazendo a linha 072.

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