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Defesa do acusado de matar ex-delegado fala em “armação policial”

Redação

[Via Correio do Estado]

O guarda municipal José Moreira Freires é julgado nesta quarta-feira (15), no Plenário da 2ª Vara do Tribunal do Júri de em Campo Grande, pelo homicídio qualificado do delegado aposentado Paulo Magalhães de Araújo, ocorrido em 2013. Antes o julgamento, o advogado de defesa, Renê Siugi, alegou que o réu é alvo de suposta "armação policial" policial para encobrir ações da vítima que investigava, inclusive, outros policiais.

"São bois de piranha", disse Siufi, sugerindo que José e o segurança Antônio Benitez Cristaldo, outro réu, teriam sido usados como bode expiatório para desviar outros possíveis alvos. O advogado afirmou ainda que o processo é repleto de contradições e que vai abordar cada uma delas para derrubar a acusações. Por fim, disse que o cliente sempre esteve à disposição da justiça. "Ele nunca se recusou a falar", comentou.

Antônio deveria ser julgado hoje, porém, a defesa ingressou com recurso de habeas corpus alegando que havia sido constituída somente no dia 10 de agosto e que não teria tempo hábil para se preparar antes do julgamento, uma vez que o processo é longo, composto por mais de 3.400 páginas. Por este motivo, o juiz Aluízio Pereira dos Santos, titular da 2ª Vara, deferiu liminar adiando o júri de Antônio, que foi agendado para 29 de agosto.

Por sua vez, o promotor de justiça Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos disse que o ideal seria que os dois réus fossem julgados juntos, nesta quarta-feira, principalmente porque o desmembramento pode resultar em novos atrasos. Em contrapartida, sustentou que o crime trata-se de pistolagem e que, mesmo sem a identificação do mandante neste momento, não haverá prejuízos aos julgamentos e que o caso seguirá sob investigação.

CASO

No dia 25 de junho de 2013, por volta das 17h30, na rua Alagoas, o guarda municipal José Moreira Freires, na garupa de uma motocicleta conduzida por Rafael Leonardo dos Santos, disparou vários tiros de pistola 9 mm contra o delegado aposentado e advogado criminalista, Paulo Magalhães de Araújo, causando-lhe a morte. A vítima estava dentro do carro, um Land Rover, aguardando a filha sair da escola.

Já o réu Antônio Benites Cristaldo escoltava ambos os réus em um Fiat Palio para garantir o sucesso na execução. Rafael foi encontrado morto meses depois, no lixão da Capital. Pelo fato de estarem amparados por habeas corpus, os acusados aguardavam o julgamento em liberdade. Eles respondem por homicídio qualificado por recurso que dificulte a defesa da vítima e mediante promessa de recompensa ou outro motivo torpe.

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